A patinadora russa Kamila Valieva conquistou medalha de ouro por equipes na Olimpíada de Inverno Pequim-2022 Anne-Christine Poujoulat / AFP
Campeã olímpica pega quatro anos de suspensão por doping e perde medalha
Atleta russa testou positivo em 2021, mas vinha competindo normalmente
A patinadora artística russa Kamila Valieva foi suspensa, nesta segunda-feira (29), pela Corte Arbitral do Esporte (CAS), de competições por quatro anos. A proibição é retroativa a 25 de dezembro de 2021, quando a atleta testou positivo para a substância trimetazidina, em exame de doping do Campeonato Russo.
Além da punição, o CAS anunciou, ainda, que todos os resultados obtidos pela atleta serão anulados. No período, ela brilhou nos Jogos de Pequim-2022 e conquistou a medalha de ouro por equipes
O caso provocou caos jurídico nas Olimpíadas de Pequim, pois o doping de Valieva foi divulgado durante a competição. Em função disso, o COI nunca distribuiu as medalhas da prova por equipes.
O veredicto do CAS significa que os russos perderão a medalha de ouro por equipes de patinação artística. Neste caso, os Estados Unidos, que terminaram em segundo lugar na prova, devem ser nomeados campeões olímpicos. Na ordem do pódio, o Japão ficaria com a prata e o Canadá com o bronze.
O COI é responsável pela realocação das medalhas e seu conselho executivo deverá se reunir em março. "Agora antecipamos o dia em que poderemos celebrar de todo o coração estes atletas, juntamente com os seus pares de todo o mundo", disse a CEO do organismo olímpico dos EUA, Sarah Hirshland, num comunicado na segunda-feira.
Os prováveis novos campeões olímpicos são Evan Bates, Karen Chen, Nathan Chen, Madison Chock, Zachary Donohue, Brandon Frazier, Madison Hubbell, Alexa Knierim e Vincent Zhou.
A equipa jurídica de Valieva está tentando rever a decisão do CAS antes de decidir se recorrerá ao Supremo Tribunal Suíço, disse a advogada Andrea Pinna, que liderou a defesa da patinadora nas audiências de apelação em setembro e novembro.
Em sua tese de defesa, os advogados argumentaram que ela estava contaminada por vestígios do medicamento trimetazidina que, segundo eles, o seu avô usava. Ela também estava tomando duas substâncias que aumentam o oxigênio e que não são proibidas nos esportes.
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