Coordenador do Nova Iguaçu, Andrezinho está otimista pra Série DVitor Melo / Nova Iguaçu

Rio - Grande surpresa do Campeonato Carioca deste ano, o Nova Iguaçu chegou à final do torneio regional pela primeira vez, diante do Flamengo. Com o título já encaminhado pelo Rubro-Negro, a Laranja Mecânica da Baixada passa a olhar para o futuro. O clube estreia na Série D do Campeonato Brasileiro no fim deste mês e mira o acesso inédito para a Terceira Divisão.
Atual coordenador do time carioca, Andrezinho ressaltou, em entrevista a O DIA, a importância de seguir trabalhando com os pés no chão em busca da vaga na Série C de 2025. Neste ano, o Nova Iguaçu jogará a Quarta Divisão do futebol brasileiro pela terceira vez seguida, um feito inédito para o clube.
No Grupo A6, enfrentará Democrata-MG - adversário da estreia -, Ipatinga-MG, Itabuna-BA, Real Noroeste-ES, Serra-ES e os conterrâneos Portuguesa-RJ e Audax-RJ.
Além disso, o ex-jogador reforçou o valor do centro de treinamento do clube para a sequência da temporada. “O CT do Nova Iguaçu tem sete campos, academia completa, setores de fisiologia, departamento de saúde, psicologia e recuperação. Com certeza a estrutura possibilita que o trabalho seja realizado com excelência. É muito importante”, afirmou.
A maior derrota para o Nova Iguaçu, no entanto, serão as grandes perdas no elenco para 2024. O centroavante Carlinhos, destaque do time no Carioca, já tem saída confirmada para o Flamengo. Já o zagueiro Sérgio Raphael jogará a Série B pela Ponte Preta e o goleiro Fabrício deve ser reforço do Internacional.
Além deles, alguns atletas importantes que estão emprestados podem deixar o clube da Baixada em breve: Yago, Bill e Xandinho foram sondados por times de maior investimento. As saídas, porém, não são vistas como um problema.
“O Nova Iguaçu é um clube que possui uma imagem super positiva no mercado. Obviamente que, se você perder um jogador, você automaticamente terá que suprir essa ausência com outra peça”, garantiu.
Diferencial do técnico Carlos Vitor
Um dos principais personagens desta surpreendente campanha do clube é o técnico Carlos Vitor. Altamente elogiado, o comandante se destaca pelo estilo de jogo marcado por boa troca de passes e associações rápidas. As características da equipe já renderam até comparações com Diniz e Guardiola.
Para Andrezinho, há uma característica que o diferencia dos demais: o lado humano. “A humildade, percepção e resiliência também são pontos que vão de encontro com o trabalho dele. Acredito que isso corrobora para o que ele tem alcançado”.
Função extra-campo
O dirigente se aposentou em 2018 e tem no currículo títulos como o da Libertadores, em 2010, e a Sul-Americana, em 2008, pelo Internacional. Além disso, passou por clubes da Coréia do Sul e da China. Com décadas de carreira, o ex-meia acredita que a experiência adquirida ao longo dos anos faz parte de sua função no Nova Iguaçu e ajuda os jovens do elenco.
“Isso também faz parte da minha função do Nova Iguaçu. Eu sou um facilitador do trabalho dos atletas. Tento passar o que eu aprendi no futebol pra eles. Isso é muito importante para o dia a dia”.
Uma inspiração para os clubes de menor investimento
Apesar de missão quase impossível em busca do título carioca, a ótima campanha do Nova Iguaçu ficará marcada para sempre na história da competição. O clube deixa, acima de tudo, um legado para os times de menor investimento de todo o Brasil que almejam disputar uma final de um torneio regional em sua história.
“Trabalhar duro pela realização do seu sonho, não é garantia para obtenção do sucesso. Mas já é a metade do caminho. É possível. Então, trabalhar por algo que te motiva faz toda a diferença”, finalizou.
Neste domingo, às 17h (de Brasília), o Nova Iguaçu duela com o Flamengo pelo jogo de volta da final do Campeonato Carioca no Maracanã. Na ida, o time da Baixada Fluminense perdeu por 3 a 0 e, para levantar a taça, terá que vencer o Rubro-Negro por quatro gols de diferença.
* Reportagem de Lucas Dantas e Theo Faria, sob a supervisão de Lucas Felbinger