Eraldo Leite no velório de Washington Rodrigues, o ApolinhoLucas Felbinger / Agência O Dia

Rio - Washington Rodrigues, o Apolinho, morreu na noite desta última quarta-feira (15), aos 87 anos. Um dos maiores comunicadores da rádio brasileira, o apresentador e comentarista da Super Rádio Tupi estava internado no Hospital Samaritano na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, para tratar um câncer.
O velório de Apolinho foi realizado nesta quinta (16), na sede do Flamengo, na Gávea. Eraldo Leite, que dividiu as transmissões com Washington Rodrigues durante décadas, destacou o seu jeito irreverente como o diferencial para conseguir ser respeitado por todas as torcidas, mesmo sendo rubro-negro declarado.
"É difícil um profissional revelar o seu time porque o futebol às vezes gera violência e antipatia. Infelizmente é o que acontece. Mas o Apolinho conseguia ser um torcedor declarado do Flamengo e ser querido pelas outras torcidas. Ele tinha essa capacidade pela sua simpatia e empatia com as pessoas. Ele não temia torcer pelo Flamengo, mesmo que parecesse ser antiético. Ele era muito autêntico. Isso é muito raro", disse.
Washington Carlos Nunes Rodrigues nasceu no Rio de Janeiro em 1º de setembro de 1936. Na juventude, dividia seu tempo como bancário e como goleiro de futebol de salão, defendendo as cores do extinto Raio de Sol, de Vila Isabel. Sua carreira no rádio começou por acaso. Enquanto se recuperava de uma lesão, que o impedia de participar de um torneio de futebol de salão, recebeu um convite da Rádio Guanabara para fazer uma consultoria sobre o esporte.
Ele se destacou e acabou convidado para participar de um programa na rádio. Mais tarde, uma nova oportunidade surgiu para Apolinho. Isso porque dois jornalistas que transmitiam um jogo entre Vasco e Bonsucesso no Maracanã brigaram ao vivo. O diretor do rádio suspendeu a dupla por 15 dias e pediu para Apolinho trabalhar nas partidas de futebol naquele período.
Depois, foi para a Rádio Nacional, onde se tornou profissional, em 1966. Ele ficou até 1969, quando ingressou na Globo. Desde então, passou pelas Rádios Continental, Vera Curz, Tupi e Nacional. Apolinho, aliás, não trabalhou só na rádio. Também foi colunista dos jornais O DIA e MEIA HORA e comentarista de programas em diversas emissoras de TV, entre elas Globo, Tupi, TV Rio, Excelsior, TV Educativa, Manchete, Record TV e CNT.