Luiz Penido se despede de Washington Rodrigues, o ApolinhoReginaldo Pimenta

Um dos grandes amigos de Apolinho, o narrador Luiz Penido se emocionou ao comentar sobre a morte do jornalista. Ele confessou que a partida de seu amigo é de uma dor enorme, mas valorizou o legado deixado por Apolinho.
"Eu me recuso a acreditar. Não quero assumir a ideia de que ele morreu porque ele é imortal. Achei também que ele fosse 'imorrível', mas todos nós somos mortais. Dói muito, no fundo da alma, no fundo do coração, mas ele deixa um legado tão extraordinário. Ele foi meu super, híper, grande amigo, desde o início da minha carreira até o último dia", iniciou Penido.
Apolinho morreu durante a vitória do Flamengo sobre o Bolívar por 4 a 0. A notícia de seu falecimento foi dada pelo próprio Luiz Penido, que se emocionou durante a transmissão para comunicar a morte do amigo. O narrador comentou sobre o momento e da importância de Apolinho para o Flamengo.
"Ele morreu me ouvindo, num jogo que o Flamengo venceu. Deu uma vitória para ele partir, deixando um legado, uma marca na imprensa, rádio, televisão, jornais. Onde ele passou, ele brilhou", declarou Penido.
"No Flamengo, ele deixou a marca de um torcedor que eu nunca vi igual. Ele era de um 'flamenguismo' absoluto. E ele era um flamenguista que me ensinou a ser, ao mesmo tempo, todos os outros times, pelo respeito, dignidade, moral, ética, os valores que ele tinha e transmitia", complementou.
Penido encerrou afirmando que o legado que Apolinho deixa para o esporte no geral é imortal.
"O Apolinho é tudo, ele só não era uma coisa que eu pensava: imorrível. Porque imortal é, o que ele fez jamais será apagado pelo tempo", concluiu.
Apolinho deixa três filhos, sete netos, uma legião de fãs, ouvintes, ex-companheiros e colegas de trabalho em todo o mundo.
Washington Carlos Nunes Rodrigues nasceu no Rio de Janeiro em 1º de setembro de 1936. Na juventude, dividia seu tempo como bancário e como goleiro de futebol de salão, defendendo as cores do extinto Raio de Sol, de Vila Isabel. Sua carreira no rádio começou por acaso. Enquanto se recuperava de uma lesão, que o impedia de participar de um torneio de futebol de salão, recebeu um convite da Rádio Guanabara para fazer uma consultoria sobre o esporte.
Ele se destacou e acabou convidado para participar de um programa na rádio. Mais tarde, uma nova oportunidade surgiu para Apolinho. Isso porque dois jornalistas que transmitiam um jogo entre Vasco e Bonsucesso no Maracanã brigaram ao vivo. O diretor do rádio suspendeu a dupla por 15 dias e pediu para Apolinho trabalhar nas partidas de futebol naquele período.
Depois, foi para a Rádio Nacional, onde se tornou profissional, em 1966. Ele ficou até 1969, quando ingressou na Globo. Desde então, passou pelas Rádios Continental, Vera Curz, Tupi e Nacional. Apolinho, aliás, não trabalhou só na rádio. Também foi colunista dos jornais O DIA e MEIA HORA e comentarista de programas em diversas emissoras de TV, entre elas Globo, Tupi, TV Rio, Excelsior, TV Educativa, Manchete, Record TV e CNT.