William Rogatto em depoimento durante a CPI das ApostasReprodução
"Vocês falaram do John Textor, não é? Não sei as provas que John Textor tem, tá? Mas uma coisa eu posso falar: as pessoas que trabalharam para mim também trabalharam contra ele nesse campeonato, e as pessoas falam que não", disse.
"Não estou aqui para enfrentar… Leila (Pereira, presidente do Palmeiras), não quero te enfrentar jamais, não estou falando que você fez ou não, está bom? Mas eu te garanto que o John Textor não está totalmente errado. Mas, enfim, é só pra você entender a dimensão em que está o futebol, cara. Entende? O que o chamam de louco, ele não é tão louco assim", completou.
William Rogatto escancarou e se colocou na posição de réu confesso. O empresário afirmou que o futebol brasileiro está corrompido por conta do envolvimento de jogadores com apostas, assim com o de árbitros.
"Eu sou a máquina que está oferecendo dinheiro mais fácil para o atleta e dando dignidade para o cara dar de comer à família dele. Será que eu sou tão errado assim? Fui um dos maiores. Se não o maior, um dos mais organizados. Eu já trabalhei e operei nas 26 unidades da federação e no Distrito Federal. Inclusive, no Distrito, foi onde eu bati de frente com um cara muito forte. Aí, a gente vai naquela luta de poder. Eu perdi e fiquei exposto."
O acusado também contou um pouco sobre sua relação com árbitros e confirmou participações de profissionais de todos os escalões - regionais, nacionais e quadro Fifa. Os pagamentos chegavam a R$ 50 mil, cerca de sete vezes mais em relação ao que recebe um árbitro Fifa na Série A.
"Um árbitro hoje ganha em torno de R$ 7 mil por jogo. Eu pagava R$ 50 mil para ele. Você não acha estranho um árbitro que vai para o VAR e ele dá um pênalti, mesmo com o VAR falando? Eu acabei de fazer um jogo na Colômbia, na primeira divisão, eu tenho aqui os vídeos dos dois árbitros que trabalharam para mim na Colômbia. O árbitro ganha pouco. O gatilho do futebol está na máfia, da federação e da CBF."
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