No dia seguinte à goleada, o 'Jornal dos Sports' destacou o 4 a 1 do Botafogo sobre o PeñarolReprodução

O Botafogo inicia a busca pela inédita final de Libertadores contra um velho conhecido. O Peñarol, adversário desta quarta-feira (23), às 21h30, no Nilton Santos, traz ótimas recordações ao torcedor botafoguense. Em 1973, o primeiro encontro pela competição acabou em 4 a 1 para o Glorioso, que 20 anos depois comemorou seu único título continental sobre os uruguaios, no Maracanã.

Críticas mesmo com goleada

Há 51 anos, o time comandado por Jairzinho precisava vencer na terceira rodada para seguir na cola do Palmeiras, pelo Grupo 2. E mesmo com a goleada sobre o Peñarol, a imprensa da época criticou a atuação naquele 1 de março de 1973.
A crônica do 'Jornal dos Sports' citou que o Botafogo, que jogou com camisa branca que tinha listras pretas apenas nas mangas, ficou acomodado após abrir o placar com Roberto Miranda, aos dois minutos. E "só não ganhou de mais devido às deficiências de seu próprio time, cuja defesa quase complica tudo no primeiro tempo".
Mesmo recuado, apesar da desvantagem, o Peñarol levou perigo pelo lado direito da defesa e empatou em jogada individual de Ruben Corbo, pelo setor. Na segunda etapa, a torcida presente no Maracanã pediu a entrada de Fischer, segundo 'O Globo'.
Minutos antes dele entrar, Jairzinho marcou o segundo, de falta. O 'Jornal dos Sports' citou que o atacante, recuperado de lesão, estava "de novo voltando a ser o Furacão".

A escalação do Botafogo na Libertadores de 1973

Mas o pedido da arquibancada por Fischer se mostrou correto. Afinal, foi dele o terceiro gol e a o passe para Ferreti fechar a goleada, que deixou o Glorioso em segundo lugar, a um ponto do Palmeiras.
Aquele time entrou em campo com: Cao, Valtencir, Brito, Scala e Marinho Chagas; Carlos Roberto e Marco Aurélio; Zequinha (Ferreti), Roberto (Fischer), Jairzinho e Dirceu.
Os dois clubes voltaram a se enfrentar em Montevidéu, com um empate em 2 a 2.

O título com drama na Copa Conmebol

Em 2018, o Botafogo homenageou os campeões da Copa Conmebol de 1993 - Divulgação / Botafogo
Em 2018, o Botafogo homenageou os campeões da Copa Conmebol de 1993Divulgação / Botafogo
O Peñarol voltou a ficar no caminho do Botafogo em 1993, na final da Copa Conmebol. Após outro empate no Uruguai, em 1 a 1, a decisão do título foi no Maracanã. Acabou em 2 a 2 frustrante para os alvinegros, que retomaram a alegria na vitória nos pênaltis, por 3 a 1, em 30 de setembro.
Aquele time, reestruturado e com saída de peças importantes ao fim de 1992, vivia dois momentos distintos. Mal no Brasileirão - correu risco de rebaixamento -, celebrou uma conquista improvável para muitos.

Gol no fim leva aos pênaltis

E não foi fácil. O poderoso Peñarol, cinco vezes campeão da Libertadores na época, abriu o placar no primeiro tempo, com Bengoechea. Mas o Botafogo buscou a virada no segundo, primeiro com Eliel, de falta, e depois com Sinval, o artilheiro do torneio com oito gols.
O Maracanã ficou em festa até quase o fim do jogo, quando os uruguaios empataram com Otero, para tristeza.

Os heróis alvinegros em 1993

Só que nos pênaltis brilhou a estrela do goleiro William Bacana, cria do clube, ao pegar o pênalti de Ferreyra, logo após Sinval perder a cobrança. Na sequência, Suélio e Perivaldo marcaram para o Glorioso, enquanto apenas Da Silva fez o seu pelo Penãrol, já que Gutiérres mandou para fora e Dos Santos, na trave, garantindo o título inédito.
Técnico do Botafogo, Carlos Alberto Torres, que havia sido expulso por isolar uma bola, celebrou o feito conquistado. "Claro que esse título é muito importante. Os garotos jogaram com muita garra e determinação e mereceram vencer a Copa Conmebol", disse.
O Botafogo jogou com: William; Perivaldo, André Santos, Claudio, Clei (Eliomar); Nelson, Suélio, Alessio (Marcos Paulo), Marcelo Costa; Sinval e Eliel.