Marlon Freitas virou símbolo de liderança no BotafogoVitor Silva / Botafogo

Nem o torcedor do Botafogo mais otimista poderia imaginar que, após a derrocada no Brasileirão de 2023, o clube estaria na final da Libertadores no ano seguinte e o principal: que Marlon Freitas, capitão da equipe, pode levantar a inédita taça. O volante, considerado um dos atletas que teve uma das maiores quedas de produção no ano passado, iniciou esta temporada sendo extremamente criticado nas arquibancadas, mas deu a volta por cima em campo e se tornou líder e referência do elenco alvinegro.
A missão para reconquistar a torcida, no entanto, foi trabalhosa. Isso porque o camisa 17 estava marcado negativamente pela "piscadinha" na derrota de virada para o Palmeiras, por 4 a 3. Mesmo que tenha sido em direção ao seus companheiros no banco de reservas, o gesto não pegou bem entre os alvinegros, que pediam sua saída.

Ele, porém, tinha a confiança da diretoria da SAF botafoguense, que recusou uma investida do rival Vasco. A chegada do técnico Artur Jorge também foi fundamental para o atleta superar as adversidades tanto dentro quanto fora de campo.

É Marlon Freitas o responsável por acelerar e ditar o ritmo do Glorioso no meio-campo. Nesta Libertadores, é o jogador do Botafogo com maior aproveitamento em passes (87%) e bolas longas (5.3) certas por partida, um dos pontos altos em seu estilo de jogo.

Liderança

Nas ações além das quatro linhas, é comum ver o volante discursar e inflamar o vestiário antes dos jogos. A confiança de Artur Jorge no volante, algo que foi enfatizado pelo português na sua chegada ao Rio de Janeiro, em abril, o rendeu a braçadeira de capitão e uma renovação até o final de 2026, a pedido do comandante.
Ele, inclusive, é o único titular da última temporada que segue como presença constante entre os 11 iniciais em 2024.

Outros remanescentes

No atual elenco, ainda há atletas de 2023 que permaneceram no clube, como Adryelson, Eduardo, Marçal, Tchê Tchê e Tiquinho Soares, por exemplo. Porém, diferentemente de Marlon, o status do quinteto dentro da equipe mudou.

Se antes eram titulares absolutos, agora viraram opções para Artur Jorge no banco de reservas.

Juntos pela taça

Entretanto, independente de estar no time titular ou não, todos os jogadores estão unidos por um só objetivo: conquistar a Libertadores, exorcizar todos os fantasmas possíveis gerados pelos acontecimentos da última temporada e "vestir o Manequinho ao final do ano", como canta empolgada a torcida do Botafogo.
*Reportagem dos estagiários Lucas Dantas e Theo Faria, sob supervisão de Pedro Logato