Família Leite é fanática pelo Botafogo e vai à Argentina acompanhar a final da LibertadoresArquivo pessoal

Rio - Uma paixão compartilhada e um título sonhado por diferentes gerações. Assim pode ser resumida a história da família Leite, que viajou à Argentina para acompanhar o último capítulo de uma campanha histórica do Botafogo na Libertadores em busca da Glória Eterna, na final deste sábado (30), às 17h (de Brasília), contra o Atlético-MG.
Mas a relação da família com o Glorioso começou muito antes de 2024. Na década de 1990, Caio Antônio, hoje com 61 anos, levava os filhos Caio Henrique e Heitor e a mulher Solange para o Estádio Caio Martins, em Niterói, e assim iniciou uma tradição familiar com o time do coração.
"Saíamos da Tijuca para o Caio Martins, toda família no carro. Nossa infância toda foi assim. No início dos anos 2000, meu pai foi morar em São Paulo e ficamos um pouco afastados do estádio. Mas depois, ele começou a fazer um esforço para as vindas dele ao Rio caírem sempre em datas de jogos do Botafogo e manter nossa tradição de família. Ao invés do almoço de domingo, nos reuníamos para ir ao jogo. Esse sempre foi o programa da nossa família", disse Heitor, de 35 anos, ao DIA.
Com o amor pelo Botafogo atravessando décadas, a família Leite seguiu acompanhando o time e esteve presente em todos os jogos do time pela Libertadores no Nilton Santos. Nas oitavas de final contra o Palmeiras, Heitor ainda fez uma loucura de sair de São Paulo para o Rio de Janeiro em cima da hora do jogo. Tudo isso pela tradição familiar. E o esforço valeu a pena, como o pai fazia no início dos anos 2000. Ele e o irmão decidiram retribuir todo o esforço dos pais e compraram as passagens para os dois irem a Buenos Aires viver o sonho de uma vida ao lado deles.
"Eu e meu irmão estamos podendo proporcionar aos nossos pais tudo que ele nos proporcionaram quando éramos mais novos. Eu comprei as passagens nas quartas de final e não contei para ninguém, já que família botafoguense é muito supersticiosa. Meu pai chegou a falar que não teria grana para ir com minha mãe, porque só compraria depois de ir para a final", revelou.
"Quando o Botafogo foi para a final, foi um dos momentos mais felizes da minha vida. Eu contei para todo mundo. Nunca tinha visto meu pai chorar. Quando eu disse que eu e meu irmão levaríamos ele e minha mãe para a final, os dois choraram pra caramba. Eles estão super animados. Para mim, essa final tem um sabor ainda maior por poder retribuir tudo que eles proporcionaram para a gente. Já está valendo muito só de poder viver isso com eles", completou.
Família Leite no Nilton Santos - Arquivo pessoal
Família Leite no Nilton SantosArquivo pessoal
Apesar dos momentos difíceis neste século, Caio Antônio acompanhou os últimos títulos de expressão do Botafogo, conquistados na década de 1990, como a Conmebol de 1993 e o Brasileirão de 1995. Já seus filhos, por outro lado, eram novos e não possuem tantas memórias das conquistas. Para ele, todo o esforço para criar uma tradição familiar e compartilhar a paixão pelo Botafogo valeu a pena.
"Fico com o sentimento de que valeu todo tempo e sofrimento que passei com 21 anos sem títulos, para depois ver uma sequência boa, mas com muita luta. Sempre tive um sentimento no peito de que esse momento um dia iria voltar. Até me emociono em falar. Não tem preço ou coisa no mundo que pague esse momento (ir à final com a família). Posso dizer uma coisa com toda certeza: será um dos momentos mais felizes da minha vida", afirmou.
Em meio à disputa pelo título do Brasileirão, o Botafogo decide a Libertadores contra o Atlético-MG neste sábado (30), às 17h (de Brasília), no Monumental de Núñez, em Buenos Aires, na Argentina. O Alvinegro disputa a final pela primeira vez e busca um título inédito, enquanto o Galo tenta o bicampeonato 11 anos depois de conquistar a Glória Eterna.