Bebeto de Freitas presidiu o Botafogo de 2003 a 2008Otávio Magalhães/Estadão Conteúdo
Bebeto presidiu o Botafogo de 2003 a 2005, foi reeleito para o triênio de 2006 a 2008 e sempre bateu na tecla de um clube profissional para voltar ao protagonismo em meio ao caos financeiro da época, recém rebaixado para Série B, no início do século. Administrando dívidas enormes, conseguiu montar elencos competitivos e devolveu parte do orgulho ao torcedor.
A SAF de John Textor é uma vitória para o legado de Bebeto de Freitas em General Severiano. Ricardo "Rico" de Freitas, de 43 anos, filho do ex-mandatário alvinegro, que herdou do pai não só a paixão pelo Botafogo como também a pelo vôlei - como técnico, foi medalhista de prata nos Jogos Rio 2016 no vôlei de praia treinando Bárbara e Ágatha -, comentou sobre a nova era do Glorioso.
"A atual SAF é hoje o que o papai idealizava quando criou a Companhia Botafogo. Ver o profissionalismo finalmente tendo espaço no clube seria a sua maior vitória, pois ele lutou durante seis anos por isso. Durcesio (Mello), agora presidente, era o nome que ele sempre insistiu para ser candidato, e todo o profissionalismo que existe hoje no clube foi pensado e iniciado por ele. É uma imensa alegria ter uma pessoa tão incrível como o Durcesio como presidente do clube hoje, que sempre entendeu, diferente de outros amadores e irresponsáveis, que o profissionalismo é fundamental. Acredito que o sucesso da SAF de hoje é a colheita de um plantio feito por ele anos atrás", disse Rico.
Bravo na política do clube sempre defendendo o melhor para o Botafogo, Bebeto, na visão do filho Rico de Freitas, seria um grande entusiasta da SAF, mas sem se meter muito. Os esportes olímpicos, geridos atualmente por Durcesio Mello, seriam, para o filho do meio de Bebeto de Freitas, o grande foco.
"Ele sempre foi apaixonado pelo futebol assim como o Durcesio e Montenegro são, mas ao longo da carreira dele o que o norteou foi seu profissionalismo e capacidade de desenvolvimento. Ter o clube hoje com a SAF o deixaria muito mais tranquilo para cuidar dos esportes olímpicos, assim como o Durcesio vem fazendo de maneira brilhante. Futebol tem uma linha muito tênue entre paixão e business. O Textor é fundamental para o Botafogo por isso. Entende e vive a paixão, mas sabe que somente o business a mantém viva."
"Cresci ouvindo as histórias do Botafogo e da minha família, que sempre se entrelaçaram. A trajetória do meu pai como atleta também faz parte da história do clube. Desde pequena, soube que o sonho do Bebeto era ver o Botafogo no caminho que trilha hoje. Vibrei muito na conquista da Libertadores, mas confesso que ficou faltando algo. No domingo ele estaria com os olhos brilhando ainda, vendo as matérias da conquista. O papai era esse emocionado pelo esporte e seu sonho era ver o Glorioso voltar a brilhar. Em 95, estivemos juntos na sede, celebrando o título do Brasileiro, e agora, mais do que nunca, torço para isso acontecer."
Bebeto de Freitas é um dos grandes nomes da história do Botafogo e do esporte brasileiro. Ele foi um dos maiores jogadores de vôlei do país e técnico da famosa "geração de prata" da seleção brasileira masculina, conquistando a primeira medalha do país na modalidade nos Jogos Olímpicos de 1984, em Los Angeles.
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