Argentina e França fizeram a grande final da Copa do MundoAFP
Do inferno ao céu: Argentina se remonta do susto na estreia e cresce para garantir o tri na Copa do Mundo
O treinador Lionel Scaloni teve a coragem de apostar em mudanças após a vexatória estreia e teve o lucro do tricampeonato mundial
A campanha da Argentina começou desafiando as expectativas e acabou abrindo espaço para mais uma possível grande decepção em Copas do Mundo. No entanto, a seleção comandada pelo treinador Lionel Scaloni e pelo craque Lionel Messi conseguiu superar o revés para a Arábia Saudita na estreia, corrigir os erros durante a competição e garantir o tricampeonato mundial neste domingo (18), batendo a França nos pênaltis após um emocionante 3 a 3 no tempo regulamentar.
A derrota para os sauditas na estreia por 2 a 1 acendeu todos os alertas possíveis para uma seleção que chegou como uma das favoritas para a Copa do Mundo. Foi aí que Lionel Scaloni, treinador dos 'hermanos', resolveu fazer uma mudança geral conforme a competição foi avançando. Sacou nomes experientes do time titular e apostou em nomes da 'cantera' argentina, especialmente em dois revelados pelo River Plate.
As entradas de Enzo Fernández e Julián Álvarez nos lugares de Papu Gómez e Lautaro Martinez foram vitais para a recuperação do aguerrido setor ofensivo argentino, que passou a dar o suporte que Lionel Messi precisava para dar seu show. A entrada de Marcus Acuña também surtiu efeito e deu maior poderio de criação para a Scaloneta, como é chamado o time de Scaloni. O time, enfim, encaixou. Passou sustos, é claro, mas resolveu quando precisava resolver.
Mesmo sofrendo lesão durante a competição e ficando fora das quartas de final, Ángel Di Maria foi essencial em todos os sentidos e teve uma Copa do Mundo esplendorosa, incluindo uma grande atuação na finalíssima. Correu, criou, finalizou, marcou, tabelou. Fez de tudo para ter uma grande contribuição para a conquista do tricampeonato e ficou marcado como um dos grandes nomes da história da Seleção Argentina.
Há de se destacar três nomes essenciais para a conquista do título. O goleiro Emiliano Martínez, eleito o melhor da Copa, apareceu quando mais precisou e foi essencial nas disputas de pênaltis, e até mesmo com uma épica defesa no último lance do tempo regulamentar da final. Otamendi, mesmo falhando na final, foi o xerife da zaga que a Argentina tanto precisava há anos, sendo o líder de um sólido setor. Por fim, o jovem Alexis MacAllister foi a grande surpresa, sendo chamado dias antes da Copa do Mundo e atendendo todos os requisitos necessários do esquema de Scaloni.
A capacidade de reconhecer suas limitações e saber conquistar os resultados em cima de suas capacidades talvez sejam os principais valores de toda a trajetória de Lionel Scaloni na seleção argentina. Jogo não se joga, se ganha. A Argentina sempre entendeu esse lema e o levou no peito até o fim. Entre todos os nomes badalados de treinadores argentinos no futebol mundial, o ex-jogador soube montar a melhor seleção possível e controlar o conturbado vestiário para tirar os argentinos de uma longa fila de 36 anos sem levantar o troféu mais importante do futebol mundial.
O último tango de Lionel Messi terminou da melhor maneira possível. Aos 35 anos, marcou gol em todas as fases da Copa do Mundo, foi eleito o único jogador a ser o melhor da Copa do Mundo em duas edições e, de quebra, foi eternizado como Deus na história argentina. Nem Quentin Tarantino seria capaz de escrever um roteiro melhor do que esse.
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