Depois de cinco anos de invencibilidade jogando em casa pela Libertadores da América, o Flamengo voltou a perder diante de 64.396 torcedores no Maracanã.
Arrascaeta, do Flamengo, admitiu não estar 100% fisicamenteMauro Pimentel / AFP
A classificação às semifinais da competição depende agora de uma vitória por dois gols de diferença, em Montevidéu, contra um Peñarol muito bem treinado e disposto a levar a vaga diante do seu torcedor.
Mas não foi só a derrota que mexeu com os brios dos rubro-negros. A forma apática como o time se comportou durante todo o jogo, sem plano tático, sem jogadas ensaiadas, se valendo apenas do famoso abafa e do chuveirinho para tentar alguma coisa, foi o que mais chamou a atenção.
E para acabar de vez com a paciência do torcedor mais otimista, Tite ainda insiste em escolher jogadores que atravessam má fase ou que não têm a mínima capacidade de representar o clube numa disputa de quartas de final da Libertadores, como Pulgar e Carlinhos.
Erick Pulgar foi vaiado ao ser substituído na derrota do FlamengoMauro Pimentel/AFP
Pulgar não atravessa uma boa fase no Flamengo desde o início da temporada, e o improvisado Léo Ortiz reúne muito mais condições de ocupar a vaga de volante que o chileno.
No ataque a escolha por Carlinhos em detrimento de Gabigol pode até num primeiro momento parecer a melhor escolha, mas Carlinhos não consegue sequer ser opção aos seus companheiros quando entra em campo.
No caso de Carlinhos, a culpa tem que ser dividida entre Tite e o departamento de futebol do clube, que preferiu não contratar outro atacante assim que Pedro se lesionou.
Benedeto e Eric Maxim Choupo-Moting eram opções viáveis para dar mais opções ao treinador rubro-negro, que agora se vê às voltas com a ineficácia de Bruno Henrique como atacante.
Tite comandando o Flamengo na derrota para o Peñarol no MaracanãMauro Pimentel/AFP
Além da equivocada escolha por Pulgar, Tite também escalou um meio de campo sem as mínimas condições físicas de jogo. Com Pulgar mal tecnicamente, Arrascaeta e Nicolas De La Cruz caminhavam em campo, erravam muitos passes e não conseguiam desenvolver seus jogos.
Gerson era a única célula viva num meio de campo que retinha a bola com lentidão e sem criatividade.
Gerson era a única célula viva num meio de campo que retinha a bola com lentidãoMauro Pimentel/AFP
Diante do atual cenário em campo e com a eleição para presidente se aproximando, Landim sabe que tem uma importante decisão a ser tomada com relação ao comando do futebol do Flamengo. Por isso, já estuda a possibilidade de uma demissão de Tite para que Filipe Luis assuma interinamente até o final de seu mandato.
Filipe Luís, do Flamengo, beija a medalha de campeãoAdriano Fontes / CRF
Landim não quer arriscar manchar o último ano da gestão, acumulando duas temporadas sem títulos de expressão, e com o Brasileirão mais distante, restaria apenas a Copa do Brasil como prêmio de consolação caso não se classifique na Libertadores.
Rodolfo Landim, atual presidente do FlamengoThiago Ribeiro / AGIF
Por isso, apesar de não admitirem publicamente, nos bastidores, as contas para uma eventual demissão de Tite já estão sendo feitas e, caso não passe pelo Peñarol, a pressão que hoje já é quase insuportável e respinga na candidatura de Dunshee, pode fazer a era Tite terminar.
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