Robson Antunes viajou ao Marrocos para acompanhar o Flamengo no Mundial de ClubesArquivo pessoal

Rio - Após a conquista do tricampeonato da Libertadores no ano passado, o Flamengo foi para o Marrocos em busca do segundo título mundial da história. Porém, a derrota na semifinal por 3 a 2 diante do Al Hilal, da Arábia Saudita, frustrou milhões de torcedores ao redor do mundo, principalmente os rubro-negros que viajaram para o Marrocos. 
Robson Antunes foi um dos milhares de rubro-negros que viajaram ao Marrocos. O torcedor, que completou 31 anos na última segunda-feira, comemorou o aniversário dentro do avião. Do Rio de Janeiro à Tanger, foram mais de 20 horas de viagem. Em entrevista ao O DIA, o rubro-negro lamentou a postura do time em campo e sentiu falta de consideração do clube com os torcedores. 
"Desde o início dessa temporada novamente vimos um Flamengo bagunçado e preguiçoso. A sensação é de que os jogadores estavam perdidos e sem saber o que fazer dentro de campo. Em 2019, tínhamos um time obcecado por vencer, mas em 2023 estamos vendo um time cabisbaixo, que pareceu aceitar o resultado. Faltou demonstrar vontade de ganhar. Estavam preocupados em se acertar, mas esqueceram que precisavam vencer", disse Robson, que relatou a parte mais dolorosa da viagem. 
"Peguei quase 20 horas de vôo para chegar em Tanger. É difícil chegar lá, tem poucos vôos e infraestrutura. Não tenho o conforto dos jogadores e de quem fretou um vôo. Então o mínimo que se espera é um pouco mais de respeito com o torcedor. Quando tu me pergunta o que me doeu mais é isso. É saber que o clube parece não se importar mais com seu torcedor. Poderíamos perder, mas faltou uma entrega. Nós apoiamos a temporada inteira para chegar neste momento. Não pode agir com indiferença. Não queremos vencer a Copa do Brasil ou Brasileiro. Nós queremos ganhar o mundo", completou. 
Torcedor do Flamengo desde a infância, Robson é acostumado a acompanhar o clube em todos os lugares. Em 2019, ele viajou até o Catar para o Mundial de Clubes. Porém, de acordo com o rubro-negro, a derrota para o Liverpool não foi tão dolorosa quanto a derrota diante do Al Hilal. Para Robson, a postura do time na decisão contra os ingleses transformou a tristeza em orgulho pela história que foi construída.
"Em 2019, a perspectiva era outra. Nós tínhamos um time jogando o melhor futebol do país no século. Não temíamos ninguém. Quando fui para Doha, esperava ver um grande jogo contra o Liverpool. Mesmo com a derrota, ao final do jogo continuávamos cantando, com orgulho da partida que fizemos. A sensação era que o mundo viu o que era o Flamengo e o tamanho dele", afirmou. 
Contratado para substituir Dorival Júnior, Vitor Pereira é o sexto treinador do Flamengo desde a saída de Jorge Jesus, em 2020. O treinador português, que comandou o Corinthians no ano passado, tem gerado desconfiança dos torcedores. Nos dois jogos decisivos do ano, perdeu para o Palmeiras na Supercopa do Brasil e para o Al Hilal na semifinal do Mundial de Clubes. Robson lamentou a falta de planejamento.
"Não consigo entender. Quando o Flamengo foi atrás do Vitor Pereira, esperava-se uma evolução tática e defensiva. Mas o que está acontecendo até agora? É irreconhecível. Cadê aquele treinador que brigava o tempo inteiro e tinha o domínio do time do Corinthians? Ele parece que não escala o Flamengo, apenas repete o que o Dorival deixou e se mantém inerte", reclamou.  
"Não está dando liga. Não há planejamento. Há dois meses ele sabia que estaria aqui no Marrocos com o Flamengo e claramente não estávamos preparados. Dorival não é melhor treinador que o Vitor Pereira, mas tinha uma energia e vontade de vencer que nos levou aos títulos do ano passado", finalizou. 
O Flamengo encerra a participação no Mundial de Clubes neste sábado (11), às 12h30 (de Brasília), contra o Al Ahly, do Egito, em Tanger, pela disputa do terceiro lugar. Já a decisão entre Real Madrid e Al Hilal será realizada no mesmo dia, às 16h, em Rabat.