Rio - O vice-presidente de futebol do Flamengo, Marcos Braz, falou pela primeira vez sobre a suspensão de dois anos dada a Gabigol por tentar fraudar um exame antidoping. Neste domingo (31), após a vitória por 3 a 0 sobre o Nova Iguaçu, no Maracanã, pelo primeiro jogo da final do Campeonato Carioca, o dirigente admitiu que o ídolo rubro-negro não teve uma postura adequada no dia do teste, mas frisou que os exames de sangue e urina do atacante deram negativo.
"A gente acreditava em uma advertência um pouco mais dura, severa, mas não em uma punição desse tamanho. Quero aproveitar para deixar claro que o Gabriel fez o teste de sangue logo que chegou e deu negativo. Ninguém que queira burlar algo, faz o teste. Se ele tivesse qualquer dúvida, não teria feito. Depois disso, ele foi treinar e só poderia fazer a sequência das análises duas horas após o fim do treino. O Gabriel também deu a sua 'contribuição' para isso tudo ficar de uma maneira ácida, mas tem essa questão central: ele tirou o sangue e a urina e não deu absolutamente nada", declarou Braz na zona mista.
"Ele foi enquadrado de uma maneira que a gente considera muito severa. O placar de 5 a 4 já deixa em dúvida se caberia ou não uma punição desse tamanho. O Flamengo recorre ao Comitê Internacional, onde a gente acredita que em um novo julgamento, com novas provas, outros pontos sejam analisados, que foi muito mais uma parte de relacionamento entre quem estava fazendo essas coletas e o atleta. Mais uma vez: o atleta teve os erros dele, poderia ter amenizado as coisas, mas ter essa punição foi injusto", completou.
O dirigente também afirmou que o camisa 10 está treinando normalmente, enquanto aguarda a resposta do efeito suspensivo pedido pelo Flamengo para que ele possa jogar até a sentença da Corte Arbitral do Esporte (CAS), que deve demorar alguns meses.
"Dentro do possível, ele está bem. Está treinando. Ele sabe que o clube está defendendo ele, como defenderia qualquer funcionário e qualquer jogador. Agora é esperar o que o comitê vai decidir", finalizou.
Entenda o Caso Gabigol
Gabigol é acusado de dificultar a realização de um exame antidoping surpresa no dia 8 de abril de 2023, no Ninho do Urubu. Segundo os agentes, ele se mostrou contrariado desde a chegada da equipe antidopagem ao local, por volta de 8h40.
Os responsáveis pelo exame alegam que Gabigol não se dirigiu a eles antes do treino do Flamengo e os ignorou também após a atividade, indo direto almoçar. Eles também afirmam que foram tratados com desrespeito pelo camisa 10, que se irritou em vários momentos.
À exceção de Gabigol, os outros atletas do Flamengo fizeram o exame antes do treino das 10h, o que é recomendável. Além disso, o atacante cometeu outras irregularidades, como ter ido ao banheiro na hora do exame sem a presença de um dos fiscais, além de ter entregue o pote sem a tampa.
Na defesa do jogador, enviada ao Tribunal no dia 28 de janeiro, o Flamengo anexou imagens de câmeras de segurança do Ninho do Urubu para reforçar a versão do atleta, que nega qualquer tentativa de fraude ao exame antidoping. Um dos pontos alegados pelos advogados é que o atacante realizou exame de sangue, que é considerado mais efetivo.
O Flamengo ainda alega que a decisão de Gabigol só realizar o exame depois do treino foi por orientação do departamento médico, porque ele já fazia atividade física no momento em que os agentes chegaram para realizar o exame, o que inviabilizaria a coleta de urina.
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