Tite é o técnico do FlamengoDivulgação / Flamengo
Tite, do Flamengo, detalha dias após problema de saúde e critica a Conmebol
Treinador também analisou a vitória sobre o Bahia e revelou ajustes na bola aérea
Salvador - A vitória sobre o Bahia por 1 a 0 na Arena Fonte Nova, nesta quarta-feira (28), pela Copa do Brasil, marcou o retorno de Tite à área técnica do Flamengo. Ele passou mal em decorrência da altitude de 3.640m de La Paz, na semana passada, e precisou ser internado. O treinador recebeu alta no último sábado e voltou aos trabalhos na segunda.
Na entrevista coletiva depois do jogo contra o Bahia, Tite detalhou como foram os dias e fez críticas à Conmebol. Além disso, ressaltou a importância de "usufruir da ciência".
"Dá para escrever um capítulo de livro. Pelo lado humano, o que cada um passa. Eu senti do doutor a responsabilidade, os cuidados, o diagnóstico. Ele queria saber o porquê e ficava perto na viagem toda. Meu filho, pedi para ficar na minha frente, mas ele disse: 'quero ficar atrás'. Me sentia cuidado deles. Tomara que as pessoas deem ouvido à ciência. A ciência está aí para que a gente possa usufruir. Jogar em La Paz é muito difícil. Não vou usar o termo desumano, mas te traz uma série de problemas muito fortes. Não gostaria de estar dizendo isso, mas se não derem um intervalo no primeiro tempo e no segundo, vai dar problema. Deu comigo, vai dar mais sério", disse Tite.
"Estou antecipando. É absurdo a Conmebol obrigar as equipes a estarem um dia antes lá. É um absurdo, um desrespeito à ciência. Todas as pessoas, os médicos sabem que a partir de 6h, 7h, 8h, você começa a ter dor de cabeça. A gente quer chegar na hora do jogo. Aí o clube é multado. Só sosseguei na hora que vi todos os exames. O doutor me mostrou o coração, trouxe a esposa, falou para o filho, falou para a direção. Daí me tranquilizei mais. Obrigado ao departamento médico do Flamengo, ao doutor Bassan. Eles foram muito queridos", completou.
Na partida desta quarta-feira, o treinador viu De la Cruz e Michael serem substituídos após sentirem o músculo posterior da coxa direita. Os dois podem aumentar uma longa lista de desfalques do Fla. Arrascaeta, Gabigol e Pedro estão em tratamento no departamento médico. Já Cebolinha e Viña precisaram passar por cirurgia e não jogam mais em 2024.
"Talvez não tenhamos tempo o suficiente para falar a respeito do quanto influencia em todo o trabalho. E quanto se trabalha em função disso para que a gente possa tomar uma decisão sem expor o atleta para a saúde, mas inevitavelmente acaba acontecendo e dói. Precisamos do Michael porque não tínhamos, e ele jogou o jogo todo lá (contra o Bragantino). Não era para jogar o jogo todo, mas veio com boa vontade e foi decisivo", contou o treinador.
"Quase ia fazer o segundo gol (hoje), porque não foi falta. Não foi nada, não foi nada, ele tirou o corpo. Só para deixar bem registrado. Um jogador decisivo, e você perde na sequência. A gente tenta controlar, tenta preservar ao máximo, mas é duro", finalizou.
Os dois times voltam a se enfrentar no dia 12 de setembro (quinta-feira), às 21h45, no Maracanã. O Rubro-Negro jogará por um empate para avançar na Copa do Brasil.
Antes, o Fla volta as atenções para o Brasileirão. A equipe carioca tem compromisso no domingo (1º), às 16h, com o Corinthians na Neo Química Arena. A partida é válida pela 25ª rodada do campeonato.
BOLA AÉREA
"A gente fica observando e tiveram ajustes, sim. Ninguém fica escondido atrás da responsabilidade. Nós nos ajustamos, e a equipe foi primorosa em termos de bola parada e de bola andando nas bolas aéreas".
ÁNÁLISE
"Se você quiser se defender, você está mais perto de perder. A nossa proposta, quando viemos aqui, é de jogar da mesma forma, inclusive com as três pressões, onde a bola estiver. Senão, vai perder do jeito, do modelo, da forma com que nós jogamos. Podemos e vamos perder, mas eu a equipe não vai se acovardar, puxar... Pode ser por uma circunstância do jogo, é diferente de se posicionar atrás, de ideias".
"E vejo que no segundo tempo fomos, inclusive, melhores. Aumentou a posse de bola, conseguiu a marcação maior, ficamos a mercê de ficar o segundo gol. A exposição é inevitável, a equipe que precisa do placar começa a abrir e te dar espaço".
MUDANÇAS DE LADO DE GERSON E LUIZ ARAÚJO
"Quando você tem jogadores versáteis e que conseguem exercer bem a função... O que a gente queria? Mais jogo apoiado com o Gerson. A flutuação do lado direito com o Juba, que era um jogador que ficava mais atrás, dava essa liberdade maior".
"O Luiz pelo lado esquerdo adaptou e ter velocidade e pressão em cima do zagueiro que pudesse sair daquele lado. A equipe tem opções durante o jogo".
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