Filipe Luís recebe de Bap, presidente do Flamengo, a medalha de campeãoGilvan de Souza / Flamengo

Rio - Em noite de show no Maracanã, o Flamengo encheu os olhos do torcedor com a grande exibição da temporada até então na goleada sobre o Maricá, que deu o título da Taça Guanabara. Após o jogo, em entrevista coletiva, o técnico Filipe Luís destacou a importância de se apresentar desta forma diante do torcedor rubro-negro, que, segundo ele, é exigente quanto às atuações.
"Quando eu jogava, eu sempre pensava que o Flamengo tem uma característica única. A torcida exige um certo tipo de futebol que seja apresentado, um certo tipo de futebol que não vale só vencer. Isso me chamou a atenção porque eu, sim, joguei muitos anos no Atlético de Madrid onde só vencer era suficiente. E durante todo esse processo no clube como jogador, eu entendi um pouco do que o torcedor sente, o que ele quer e o motivo das vaias", disse.
Contra o estreante Maricá, que fez campanha segura e seguirá na elite, a equipe jogou em ritmo acelerado no primeiro tempo, construiu o placar e deslanchou no segundo. Um confronto marcado pelos sinais de entrosamento de um grande elenco.
"Estou muito feliz pelo jogo, pelo futebol apresentado, principalmente pelo que os jogadores se divertiram dentro do campo. Porque é uma das coisas que eu peço muito. O futebol tem que ser jogado com prazer, com alegria, e eles estão num momento de confiança muito grande, estão num momento de forma muito bom, e se nota dentro do campo como eles conectam, como estão essas relações cada vez melhor. Obviamente que temos muitas coisas que ajustar, mas ganhar não é fácil, independente do adversário. Eu não lembro de outro time ter feito tantos gols no Maricá. Não lembro de outro time ter tanto volume, tenha tido tantas chances de gol", destacou.
Questionado sobre rodagem no elenco mesmo caso estrelas não se apresentem bem no dia a dia, Filipe foi muito claro: joga quem está bem. Ele usou Arrascaeta como exemplo.
"Eu falei pra ele que se ele não estiver bem, ele não vai jogar. São jogadores que, além de serem grandes jogadores, serem ídolos, são meus amigos. Eu seria um hipócrita dizer que esses jogadores como o Bruno Henrique, Gerson, Arrascaeta e tantos outros que jogaram comigo desde 2019, se não chamasse eles de amigos. Então eu acho justo. Foi justo eu ter ido falar com eles pessoalmente e dizer que eu vou tomar decisões algumas vezes e que vão incomodar."

Veja outras respostas de Filipe Luís:

Luiz Araújo
"Sem dúvida, um jogador que é super importante na equipe e eu sabia hoje que deixando ele fora do time titular, eu iria para casa com a sensação de estar sendo injusto. E isso é bom para o treinador, porque ele está criando isso em mim. Ele não está sendo injusto, eu não estou me sentindo injusto porque ele é gente boa, porque ele me trata bem, porque ele me dá bom dia e me olha no olho. Ele está me deixando com a sensação de que eu estou sendo injusto porque ele está mostrando e fazendo no campo. Esse é o tipo de jogador que eu quero, depois o treinador tem que tomar decisões."
Elenco recheado e a importância de Plata
"Jogadores importantes entrando depois e melhorando ainda mais a equipe. Tendo esse tipo de jogador, como o Luiz Araújo, como o Plata, como o Bruno Henrique, como o Juninho. Todos esses tipos de jogador que um dia vão ter que entrar no segundo tempo e vão melhorar a equipe. O Plata é um jogador que foi, como disseram nas outras entrevistas, pouco a pouco. Trabalhando, trabalhando, trabalhando, sem falar, trabalhando. E cada vez que ele entrava, melhorava a equipe, melhorava a sensação de perigo e detalhes táticos. Detalhes que eu peço, ele absorve todos eles, tanto ofensivos como defensivos, com e principalmente sem bola. São detalhes que fazem o Plata ser um jogador muito importante e fundamental."