Presentes nas finais da Liberta de 2008 e da Sula de 2009, Rejane e Rodrigo estarão no Maracanã hojeRenan Areias/Agência O Dia

Rio - Após conquistar a inédita Libertadores e fechar uma ferida que magoou os tricolores por 15 anos, o Fluminense tem a chance de exorcizar o fantasma da LDU, nesta quinta-feira (29), às 21h30 (de Brasília), no Maracanã, pela Recopa Sul-Americana. Quis o destino colocar a algoz de 2008 e 2009 no caminho de mais uma conquista internacional e, novamente, em casa.
A vitória sobre o Boca Juniors, da Argentina, por 2 a 1, no dia 4 de novembro de 2023, trouxe uma sensação de alívio para os tricolores. Foram 15 anos esperando por uma nova oportunidade de conquistar a inédita e tão sonhada Libertadores. A noite do dia 5 de julho de 2008 já não dói como antes, e o reencontro com a LDU tem um sentimento diferente para os torcedores do Fluminense.
"O reencontro tem peso de vingança e de ganhar um título em cima deles para acabar com esse fantasma. A cicatriz foi fechada com a conquista da Libertadores, mas ainda precisa espantar de vez a LDU. Acredito que dá para vencer e reverter o placar porque em 2008 e 2009 quase revertemos", disse Rodrigo Rodrigues Araújo, de 44 anos, que esteve presente nas finais de 2008, 2009 e 2023.
Rodrigo é torcedor do Fluminense e frequenta o Maracanã desde pequeno. Filho de pai rubro-negro e mãe tricolor, escolheu o caminho pelas três cores que traduzem tradição. Há décadas frequenta o estádio ao lado dos irmãos. Em 2008 e 2009, esteve presente nas finais contra a LDU ao lado da irmã Rejane Rodrigues Araújo, de 36 anos, e sofreram juntos com as derrotas.
No ano passado, o Fluminense voltou a disputar uma final de Libertadores após 15 anos e, desta vez, os irmãos - que estavam presentes no Maracanã - puderam comemorar a conquista inédita com a vitória sobre o Boca Juniors, da Argentina. Agora, eles terão um reencontro com a LDU. Rejane acredita que as lições do passado farão a diferença para um desfecho feliz contra os equatorianos.
"Acreditar sempre. Essa é a maior lição. Em 2008 e 2009, apesar do placar em Quito, corremos atrás no Maracanã, lutamos e foi por detalhe que não conquistamos os títulos. Então, se tem uma lição, é essa. Acreditar e lutar até o fim. Além do placar menor, hoje temos um time mais experiente e acostumado com decisões", disse Rejane.
Presentes nas finais da Libertadores de 2008 e Sul-Americana de 2009 contra a LDU, irmãos Rejane e Rodrigo Rodrigues estarão no Maracanã para a Recopa - Renan Areias/ Agência O Dia
Presentes nas finais da Libertadores de 2008 e Sul-Americana de 2009 contra a LDU, irmãos Rejane e Rodrigo Rodrigues estarão no Maracanã para a RecopaRenan Areias/ Agência O Dia
Novamente o Fluminense precisa correr atrás do resultado numa decisão contra a LDU no Maracanã. Porém, a adversidade, desta vez, é menor. Em Quito, a equipe equatoriana marcou em cima, sufocou o Time de Guerreiros e fez valer os efeitos da altitude. Os irmãos, no entanto, acreditam que eles adotarão uma postura diferente e que será necessário ter calma e atenção para sagrar-se campeão.
"O placar é menor (que as outras finais) e os times são outros. O Fluminense é mais experiente e chega de uma conquista recente da Libertadores. Eles vão querer se defender. O Fluminense tem que aproveitar porque, se fizer um gol logo no início, eles vão ter que se abrir. Tem que manter a calma e atenção para não cometer nenhum erro", pontuou Rodrigo.
"Vamos jogar como sempre, com toque de bola até chegar o gol com calma, sem desespero porque são 90 minutos e é um placar que dá para reverter. Eles vão tentar se defender e segurar a vantagem, pois aqui não tem altitude. O Fluminense tem que jogar como sempre jogou no Maracanã. É a nossa casa. É a torcida cantando 90 minutos. Nosso time é bom e acredito que sairemos com o título", completou Rejane.

Vitória não cura ferida

Nem todo tricolor encara a Recopa Sul-Americana como uma vingança. Adolpho Júnior, de 42 anos, esteve presente nas finais de 2008 e 2009, e chegou a viajar para Quito. O torcedor do Fluminense estará presente no Maracanã, nesta quinta-feira, e torce por um final feliz. Ele acredita que uma vitória cicatriza a ferida deixada pelos equatorianos há 15 anos, mas não cura.
"Aqueles jogos me trazem memórias ruins, e ganhar um título internacional em cima da LDU terá um gosto especial, apesar de não curar a "ferida". Acho que cicatriza, mas não cura aquelas feridas, infelizmente", disse Adolpho Júnior, que acredita na virada do Fluminense para conquistar mais um título internacional.
Adolpho Júnior não consegue esconder a dor ao lembrar das memórias de 2008 e 2009. As lembranças da viagem à capital equatoriana Quito nos dois anos foram apagadas e permanecem apenas na memória. O tricolor acredita que, mais uma vez, os equatorianos vão adotar uma postura defensiva e tentar aproveitar algum erro, mas vê o Fluminense capaz de reverter o cenário.
"Acredito (que vão jogar) numa postura totalmente diferente. Acho que vão jogar fechados e tentar alguma coisa num contra-ataque. O Fluminense deve fazer o que fez ano passado nos jogos da Libertadores e nas finais contra o Flamengo no Estadual. Acredito que, se repetir isso, sairemos com título da Recopa com até certa facilidade", concluiu.
Fluminense e LDU disputam um título continental pela terceira vez na história. Os equatorianos levaram a melhor nas finais da Libertadores de 2008 e Sul-Americana de 2009. O Time de Guerreiros precisa vencer por dois gols de diferença para sagrar-se campeão da Recopa. No jogo de ida, os equatorianos venceram por 1 a 0, na altitude de Quito. Em caso de empate no placar agregado, a partida irá para a prorrogação. Se a igualdade persistir, a decisão será nos pênaltis.