Paulo Laia venceu final do GP por nocaute em apenas 17 segundos(Foto: SFT)
Natural do Rio de Janeiro, Paulo Laia derrotou Ednilson CaiCai por decisão unânime e Magnus Conrado por nocaute - este na luta principal - para faturar o título do GP, além de uma vaga no PFL Challenger Series, torneio que dá ao atleta uma chance de fazer parte da temporada 2023 da PFL e brigar pelo prêmio de US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,2 milhões) dado aos campeões.
Em entrevista à TATAME, Laia comentou o que representou a conquista do Grand Prix peso-leve para ele e destrinchou o momento do nocaute sobre Magnus Conrado, que veio através de uma queda ainda no primeiro round do combate.
"Com certeza foi o meu melhor dia, o momento mais importante da minha carreira até agora e que me deixou com a motivação triplicada. (...) Sobre o nocaute, eu tenho muita confiança naquela queda. Já treino ela com meu mestre Renato há muito tempo, e quando chegou o momento, senti que ia cair bem por cima e graças a Deus tive êxito", disse o lutador da equipe RD Champions - liderada pelo casca-grossa Renato Dominguez -, que ainda completou:
"Esse título representa muito pra mim. Acredito que os nossos sonhos têm poder, há alguns meses comentei com o Renato que queria fazer parte dessa organização (PFL MMA) e a oportunidade da seletiva brasileira apareceu através do SFT. Só posso agradecer ao presidente David Hudson e aos demais envolvidos. Estou muito motivado".
Dono de um cartel com 14 vitórias e cinco derrotas no MMA, Paulo Laia começou na modalidade há apenas sete anos e realizou sua estreia profissional em 2018. De lá pra cá, teve destaque em eventos nacionais até chegar ao SFT no início deste ano. Agora, sonha com o prêmio de US$ 1 milhão da PFL MMA: "Com certeza, é um valor que mudaria a minha vida. Sonho em dar uma vida melhor para a minha família. Sou pai de gêmeos e as crianças merecem", afirmou.
Adversidades viram combustível
"O próprio Paulo Laia é um lutador surdo e mudo, que saiu da favela do Rio e agora terá a chance de brilhar em um palco internacional. Uma verdadeira história de sucesso e superação”. A frase de David Hudson, presidente do SFT, representa bem a conquista do lutador. Porém, se a deficiência poderia ser um empecilho para ele, o peso-leve fez questão de transformar em combustível para buscar seus objetivos no esporte.
"Eu me sinto um lutador comum apesar da minha deficiência, me sinto feliz quando subo no cage e só nas entrevistas às vezes tenho uma pequena dificuldade. Porém, nunca sofri nenhum tipo de preconceito. Pelo contrário, sempre entreguei tudo de mim na hora das lutas e por isso cativei o público, além dos meus companheiros de trabalho", explicou o carioca, que relembrou seu início no MMA:
"Comecei a treinar em 2015, através de um projeto social. Em seguida fui direcionado pelo Paulo Josino ao Renato Dominguez, líder da RD Champions e meu treinador até hoje. Quando cheguei no CT logo senti uma vontade de competir, ser profissional e viver da luta".
Sete anos depois a decisão rendeu frutos, e com uma vaga garantida no PFL Challenger Series 2023 - que retorna no dia 27 de janeiro -, Paulo Laia quer seguir chocando o mundo das artes marciais mistas: "Pelo que fui informado devo estrear entre e fevereiro ou março, mas ainda não sei a data exata. De qualquer forma, já estou bastante empolgado e pronto para mostrar meu trabalho em um palco internacional", encerrou.
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