Início de carreira de Hugo Calderano no tênis de mesa foi no Fluminense, com o técnico Ricardo Jantzen (ao fundo)Reprodução de internet
Perto de fazer história, Hugo Calderano chama a atenção desde início no Fluminense
Técnico relembra que atleta já se destacou aos oito anos, e ex-adversário exalta inteligência
Hugo Calderano chegou pela segunda vez seguida às quartas de final do tênis de mesa nas Olimpíadas e está a um passo de fazer história novamente. Se vencer o sul-coreano Jang Woo-jin, na quinta-feira (1) às 6h (de Brasília), superará a própria marca, para se tornar o primeiro latino-americano numa semifinal, com chance de medalha inédita num esporte dominado por asiáticos. Um feito e tanto em um país sem tanta tradição, mas que confirma a sensação de quem acompanhou o início da trajetória do carioca de 28 anos.
Aquele garoto que há 20 anos passou a jogar tênis de mesa no Fluminense como diversão, em 2005, já chamava a atenção pelo talento e pelo potencial. É o que garante seu técnico daquela época, Ricardo Jantzen, que segue nas Laranjeiras.
"Começou comigo e já chamava atenção pela habilidade e pelo aprendizado muito rápido, por ser um menino muito inteligente. Desde o começo a gente sabia que ele ia ser um grande jogador, mas não imaginávamos que seria um dos melhores do mundo", admite.
Sucesso contra adversários mais velhos
Mesmo muito jovem, Calderano já mostrava um nível alto nas competições, inclusive para superar adversários de categorias superiores a dele. Algo que ficou marcado por quem praticava o esporte. É o caso do hoje engenheiro Leonardo Fernandes, que o enfrentou algumas vezes em torneios no Rio.
"Além do talento absurdo, ele é muito inteligente jogando, sempre foi. Era muito bom com 13 anos", recorda Leonardo, que acompanha aos jogos e torce muito pelo sucesso do 'ex-adversário'.
Não à toa, Hugo Calderano não demorou a se destacar. Um ano após o início da carreira, disputou o Campeonato Brasileiro e ficou com a medalha de bronze na categoria Pré-Mirim. Entre os 10 e 12 anos, dividiu as atenções com o vôlei, integrando até mesmo a seleção carioca. Mas seguiu com grandes resultados no tênis de mesa.
"Desde o começo da carreira dele, a gente sentia que ele era diferente. Ele não treinava tanto quanto os outros meninos de São Paulo, por exemplo, e ganhava deles. Então a gente sabia que era bem diferenciado. Tanto que, com 14 anos, foi o melhor jogador do Rio e ganhou a categoria adulta", conta Ricardo Jantzen.
Como Hugo Calderano ficou no Fluminense por seis anos, onde tornou-se o 11º colocado no ranking mundial sub-15, o técnico acompanhou a evolução do atleta. E identifica até hoje uma característica importante para o sucesso.
"Acredito que a parte mental dele sempre foi muito boa. Desde criança ele foi muito forte mentalmente, sempre confiante, lembrando o lado positivo do jogo. Nunca desmereceu o adversário, sempre respeitoso", avalia.
Diante do que conheceu na época do Fluminense e do que acompanhou recentemente, o ex-técnico do principal nome do tênis de mesa brasileiro aposta em uma medalha em Paris.
"Nos últimos dois anos, Hugo tem evoluído muito o jogo dele. A expectativa é de medalha. A cor eu não sei, mas acredito até na medalha de ouro, porque a fase dele é muito boa e está se demonstrando que ele está muito constante, o seu jogo está muito constante, muito eficaz".
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