Sob o comando de Diniz, o Vasco soma 42 pontos e ocupa a 9ª posição na tabela do BrasileiroMatheus Lima / Vasco

Rio - Técnico do Vasco, Fernando Diniz analisou a derrota por 2 a 0 para o São Paulo, neste domingo (2), em São Januário, pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro. O comandante mostrou ter ficado satisfeito com o desempenho do Cruz-Maltino. Ele fez questão de ressaltar o domínio da equipe, especialmente no primeiro tempo, e lamentou as oportunidades perdidas.
"Não acho que deu tudo errado. Não jogamos mal, principalmente no primeiro tempo. Fomos extremamente dominantes, jogamos muito melhor do que contra o Cruzeiro, contra o Bahia. Faltou fazer o gol. Infelizmente, favorecemos (o São Paulo) em uma falta de atenção, demos o escanteio e cometemos o pênalti. O jogo viraria 0 a 0", iniciou o treinador em entrevista coletiva.
"Voltamos para o segundo tempo bem dominantes, mas faltou inspiração para fazer o gol. Marcamos e jogamos bem. Depois da metade do segundo tempo, minha intenção foi colocar jogadores com maior inspiração, para que tivéssemos mais controle e colocássemos a bola para dentro. Perdemos organização e cedemos contra-ataques e erramos saídas de bola. Era um risco que tínhamos que correr para tentar no mínimo empatar o jogo", completou.
Com o resultado, o Vasco permaneceu nos 42 pontos e caiu para a nona posição. O próximo compromisso será contra o Botafogo, em mais um jogo-chave na disputa por uma vaga na Libertadores de 2026. O clássico acontecerá na quarta-feira (5), às 19h30 (de Brasília), no Nilton Santos, pela 32ª rodada. 

Outras respostas de Diniz

. Substituição precipitada?: "Faltava inspiração para ter mais alguém para chegar, e o Matheus França era essa pessoa. Ele sabe jogar nas pontas e de 8. Ele não entrou muito bem hoje, mas entrou muito bem em outros jogos. Acontece. E aquele setor é o que conduz o time. Matheus França é um grande jogador, está entrando na sua melhor forma. A intenção era ter mais um jogador para chegar, criamos chances mas não marcamos. O Vegetti é um finalizador, acostumado a fazer gols. Mas as coisas acontecem. Não foi assim, perdemos organização defensiva e o time foi cansando. Ficamos mais distantes para pressionar, com menos chance de empatar e mais vulneráveis para tomar o segundo".

. Lição da derrota: "Foi difícil sair da situação em que estávamos, incômoda. Apontamos o nosso nariz para cima para subir. Precisamos assumir o momento e encarar que temos o objetivo de avançar na tabela para chegar na Libertadores. E em um jogo como o de hoje, não é comum criar, com o domínio que tivemos no primeiro tempo, e terminar 1 a 0 para o São Paulo. É um time que tem posse de bola, conseguimos anular o jogo deles e criamos chances. Rafael foi bem. Era um arremesso lateral fácil de ser marcado e cedemos o escanteio. Minha maior preocupação era a bola parada. Marcamos muito mal. O gol determinou o que aconteceu no jogo dali para frente. Voltamos bem, mas senti que o time começou a perder o ímpeto por volta dos 20 minutos. Começamos a perder organização, não estávamos pressionando bem. Uma coisa está ligada a outra. Conseguimos ser dominantes porque estávamos com um encaixe muito bom em linha alta. Fomos perdendo isso e, como consequência, as outras coisas".

. Barros preocupa?: "Ele teve um entorse no primeiro tempo, fez gelo no intervalo. Tinha esse problema e precisava mexer ali. O Tchê Tchê de 5 daria mais serenidade para o jogo. Era uma opção. Talvez o Barros não aguentasse o jogo todo".

. Ancelotti em São Januário: "Não é pelo jogo de hoje que Paulo Henrique ou Rayan vão ser convocados ou não. Rayan merece ser chamado por tudo que vem construindo. E o Paulo Henrique, menos ainda. Já mostrou lá que tem condição de ser convocado. Acho que Coutinho fez um bom jogo tecnicamente, foi muito lúcido. Saiu porque estava cansado. Jogou muito bem, conseguiu fazer o que tinha que fazer. Faltou inspiração. Ninguém sentiu nada disso (pressão) pela presença dele".

. Tabus quebrados: "No fundo é uma coisa legal, gostosa, mas nada importante para mim. O importante é trabalhar e fazer o melhor possível para que possamos vencer os jogos. Obviamente, quando quebramos alguma marca, é legal. A torcida gosta, mas não fico pensando nisso. Não pensei em ganhar o jogo para quebrar tabu. A inspiração era a Libertadores".

. Ligação direta do São Paulo incomodou?: "Acho que não. As bolas não foram bem direcionadas. Estavam mais chutando para frente, tivemos o domínio completo da situação. Se conseguissem sair curto, teriam saído curto. Tinham só um ou dois jogadores brigando por essas bolas. Nos defendemos bem".

. Clássico com o Botafogo: "O momento não é bom, mas é um grande time. E jogar no Nilton Santos é difícil. O campo lá é diferente, que tem uma dinâmica diferente. E o time do Botafogo é muito qualificado".

. Posição de Rayan: "Não sei se desequilibra mais na ponta ou de centroavante. Não muda muito para ele, de maneira especial. Ele tem liberdade para flutuar. Muda na marcação, mas pouco como vai jogar. Acho que desequilibra nas duas posições".

. O que faltou ao Vasco?: "Acho que tentamos de muitas maneiras, pelos lados, de bola parada, de chutes de fora. Se fosse fazer um reparo, acho que podíamos ter circulado a bola mais rápido de um corredor para o outro. Talvez isso".

. Aplausos da torcida na derrota: "Essa é a conquista mais importante desse elenco, devolver autoestima para a instituição, para o torcedor e criar uma conexão a ponto de perder um jogo em casa e sair aplaudido. É mérito dos jogadores, do trabalho. A torcida reconhece que o time se dedica para tentar vencer".

. Tchê Tchê: "Ele vivia um momento espetacular até a lesão. Aceleramos a volta para que jogasse na Copa do Brasil, sentiu de novo e agora está retomando. Oscila um pouco, mas acho que está fazendo boas partidas. Domina muito bem a função dele".
. Vicor Luis e Leandrinho: "Victor Luis correspondeu bem quando precisamos dele. Deu conta do recado. O Leandrinho esteve na Seleção e voltou quase agora. O tempo de trabalho dele comigo é muito pequeno. O Victor Luis tem treinado muito bem, com características defensivas. Também já usei o Puma ali, que foi bem quando entrou. Victor Luis também é importante pela liderança, sempre puxa o time para cima. Precisa estar no banco. Leandrinho é um jogador de projeção. Tem muita força física e vai precisar de oportunidades para se firmar. Tem tudo para ser um grande jogador".