A urna eletrônica garante uma votação segura e rápida, e o resultado é divulgado em poucas horasTSE - Reprodução

Guapimirim – O dia 24 de fevereiro de 1932 é uma data histórica para as mulheres e para a democracia. A conquista do voto feminino no Brasil está completando 91 anos nesta sexta-feira (24/2). Por meio do Decreto 21.076/1932, assinado pelo então presidente Getúlio Vargas, as mulheres obtiveram o direito de participar do processo eleitoral.
Elas não só conquistaram esse direito de serem incluídas como parte da sociedade, como hoje são a maioria do eleitorado. Em outubro do ano passado, durante as eleições, 82.373.164 mulheres estavam habilitadas a votar, o que representa 52,7% dos eleitores brasileiros, de acordo com a Justiça Eleitoral.
Durante o último pleito, um total de 156.454.011 brasileiros – homens e mulheres – estavam aptos a votar, sendo que desses total 74.044.065, equivalente a 47,3%, eram do gênero masculino.
Em Guapimirim, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, elas também estão em maior número. Em outubro passado, um total de 42.262 eleitores estavam aptos a participar do processo democrático brasileiro. Desse total, 21.971 eram mulheres, ou seja 52% dos votantes.
Apesar de serem mais da metade do eleitorado e também da população brasileira – algo em torno de 51,1% –, elas ainda têm um longo caminho a percorrer para conquistar seu lugar na política brasileira. Na Câmara Federal, por exemplo, das 513 cadeiras, apenas 91 mulheres foram eleitas e/ou reeleitas como deputadas federais nas eleições de 2022, o que representa 17,7% do total.
Já na nova legislatura do Senado, das 81 cadeiras, somente 10 são ocupadas por mulheres. Isso equivale a 12,3% dos parlamentares.
Na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), 15 mulheres – do total de 70 cadeiras – foram eleitas e/ou reeleitas no ano passado para o novo ciclo político que se iniciou no último dia 1º de fevereiro. A presença de mulheres no parlamento fluminense equivale a 21%.
Em Guapimirim, essa realidade é ainda mais triste pelo fato de não haver nenhuma representatividade feminina na Câmara de Vereadores, ocupada por nove parlamentares do gênero masculino. Por outro lado, o munícipio tem no comando sua primeira prefeita mulher. Trata-se de Marina Rocha (PMB-RJ), que já foi vereadora e deputada estadual.
Estudo da União Interparlamentar, divulgado em 2021, colocou o Brasil na posição de número 142, entre 192 países, no ranking de participação feminina na política. Os dados são relativos ao período de 1997 a 2018 com base nas eleições federais.
Para que uma mulher possa ocupar um cargo eletivo, ela precisa de votos. Numa democracia, esse é o único caminho. E a baixa participação das mulheres na política, de forma direta, evidencia uma realidade ainda mais chocante: que as candidatas mulheres sofrem preconceito e desconfiança do eleitorado feminino.