"Não importa se perderemos, mas estamos fazendo o que temos que fazer", declarou a deputada liberal Celeste Amarilla, ao admitir que o pedido não conta com o apoio necessário para se concretizar.
Esse pedido está relacionado com a crise política que estourou na semana passada, depois que se soube que o Paraguai havia assinado com o Brasil um acordo secreto sobre a distribuição de energia da hidrelétrica binacional de Itaipu que desfavoreceria Assunção.
O acordo foi anulado, fazendo que o setor dissidente do governista Partido Colorado se distanciasse da iniciativa de destituição contra Abdo.
"Que isso seja logo tratado para que isso acabe e começamos a trabalhar todos juntos pelo país", reagiu Abdo ao tomar conhecimento da moção.
A oposição pede também o julgamento político do vice-presidente, Hugo Velázquez e, do irmão de Abdo, o ministro de Fazenda, Benigno López, apontados como os responsáveis da assinatura do acordo.
López, como informou o presidente em uma rádio local, "colocou seu cargo à disposição" na noite de segunda-feira.
Na posição de minoria, opositores apresentaram o libelo acusatório na Câmara dos Deputados, onde são necessários 53 votos de um total de 80 para que o pedido seja tratado.
Os liberais e outros grupos que os apoiam contam com somente 32 deputados.
No Senado é preciso o voto de 30 sobre um total de 45 senadores, mas os liberais, com o partido de esquerda Frente Guasú (Frente Grande), não somam mais de 20.