Exército bloqueia acesso ao Parlamento em Mianmar - AFP
Exército bloqueia acesso ao Parlamento em MianmarAFP
Por AFP
Os chefes da junta militar serão "responsabilizados" pela violência em Mianmar, alertou o relator da ONU neste domingo, dia 14, em um momento em que foram destacadas tropas, suscitando temores de uma repressão iminente do movimento de protesto contra o golpe.

"É como se os generais tivessem declarado guerra ao povo birmanês. À atenção dos generais: vocês serão responsabilizados", tuitou Tom Andrews, Relator Especial das Nações Unidas para Mianmar. Além do envio de tropas, a ONG NetBlocka afirma que haveria "cortes de internet" no país.
No dia 1º deste mês, o Exército birmanês deu um golpe de Estado, depois de anos de poder compartilhado entre o governo civil de Aung San Suu Kyi e os militares, ainda muito poderosos no país. O Exército prendeu a nobel da Paz Aung San Suu Kyi e o presidente Win Myint. Declarou o estado de exceção por um ano e colocou generais em cargos-chave.
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O Exército alega há semanas que houve irregularidades nas eleições gerais de novembro passado, as segundas desde o fim da ditadura militar em 2011. Foram vencidas de forma esmagadora pela Liga Nacional para a Democracia, que já estava no poder.
A LND obteve 83% das 476 cadeiras no Parlamento, mas o Exército afirma ter descoberto 10 milhões de casos de fraude eleitoral e pediu à comissão para publicar as listas eleitorais para verificá-las, o que não foi feito.
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Milhares de birmaneses foram às ruas para protestar contra o golpe de Estado. O acesso à internet chegou a ser bloqueado, como forma de conter a utilização do Facebook, Twitter e Instagram.