Raúl CastroAgência Brasil
Raúl Castro reaparece após protestos que deixam centenas de presos em Cuba
Segundo uma lista publicada pelo Movimento San Isidro, 130 pessoas continuavam presas ou desaparecidas, incluindo José Daniel Ferrer e Manuel Cuesta Morua, dois dos principais opositores do país
Cem pessoas continuam detidas em Cuba nesta terça-feira (13) e a internet móvel continua suspensa dois dias depois das históricas manifestações antigovernamentais, que levaram Raúl Castro a deixar provisoriamente de sua aposentadoria.
De acordo com uma lista publicada ao meio-dia desta terça-feira no Twitter pelo Movimento San Isidro, de oposição, 130 pessoas continuavam presas ou desaparecidas, incluindo José Daniel Ferrer e Manuel Cuesta Morua, dois dos principais opositores do país.
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Os números oficiais sobre as prisões não foram divulgados.
Julie Chung, secretária de Estado Adjunta dos Estados Unidos para as Américas, também denunciou via Twitter a "violência e prisões de manifestantes cubanos e desaparecimentos de ativistas - incluindo @cocofarinas (Guillermo Fariñas), @jdanielferrer da UNPACU, @Mov_sanisidro, @LMOAlcantara (Luis Manuel Otero Alcántara)".
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"Pedimos sua libertação imediata", acrescentou.
Por sua vez, Luis Almagro, secretário-geral da OEA, exigiu "que a ditadura de #Cuba liberte imediatamente todos os detidos e o aparecimento com vida dos desaparecidos na ilha".
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A organização oposicionista Damas de Branco denunciou a prisão de sua líder, Berta Soler, e de seu marido, Angel Moya, "ao deixar a Sede Nacional do #DDB" em Havana, informou o grupo no Twitter nesta terça-feira.
Entre os presos está também Camila Acosta, jornalista cubana de 28 anos detida na segunda-feira, segundo Alexis Rodríguez, chefe da seção internacional do jornal madrilenho ABC, com quem trabalhou durante seis meses.
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O chanceler espanhol pediu nesta terça-feira às autoridades cubanas que respeitem o direito de manifestação e exigiu a libertação "imediata" de Camila Acosta.
Uma youtuber, Dina Stars, foi presa em sua casa pela polícia cubana quando falava ao vivo com um programa de televisão espanhol, segundo esta última.
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"Elementos contra-revolucionários"
Na capital, nesta terça-feira, reinava uma aparente calma, embora com grande presença militar e agentes vestidos de civis, ainda que a internet móvel, motor das manifestações de domingo, ainda estivesse com sinal suspenso na ilha.
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Essas manifestações inéditas, geradas pela crise econômica que abala o país e que resultou em confrontos com as forças de segurança, irritaram o governo comunista, que acusava os Estados Unidos de estarem por trás dos protestos.
"A #RevoluçãoCubana não vai dar o outro lado da face a quem a ataca em espaços virtuais e reais", tuitou o presidente Miguel Díaz-Canel na segunda-feira.
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"Evitaremos a violência revolucionária, mas reprimiremos a violência contra-revolucionária", advertiu.
Dada a gravidade da situação, Raúl Castro teve que sair da aposentadoria.
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Castro, de 90 anos e autor da revolução junto ao seu irmão Fidel, se aposentou e concedeu em abril o poder máximo como líder do Partido Comunista a Díaz-Canel, que é presidente de Cuba desde 2018.
Apesar de estar aposentado, no domingo participou de uma reunião do gabinete político do Comitê Central do PCC, na qual "analisaram provocações orquestradas por elementos contra-revolucionários, organizados e financiadaos pelos Estados Unidos com propósitos desestabilizadores", disse o jornal Granma, órgão informativo do partido.
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Os 14 membros do gabinete - "Bureau Político" - que representa o coração do poder cubano, "abordaram também a exemplar resposta do povo ao chamado do camarada Díaz-Canel para defender a Revolução nas ruas, o que permitiu derrotar as ações subversivas", acrescentou a publicação.
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