O software malicioso roubou dados de diversos jornalistas e agências de noticias Reprodução
O alcance do uso do Pegasus foi noticiado por "The Washington Post", "The Guardian", "Le Monde" e outros veículos de comunicação que colaboraram na investigação sobre um vazamento de dados referente a mais de 50.000 números de telefone que acredita-se terem sido identificados como pertencentes a pessoas de interesse por clientes do NSO desde 2016, segundo as publicações.
A lista inclui números de telefone de jornalistas de veículos de todo o mundo, como AFP, "The Wall Street Journal", CNN, "The New York Times", Al-Jazeera, France 24, Radio Free Europe, Mediapart, "El País", Associated Press, "Le Monde", Bloomberg, "The Economist", Reuters e Voice of America, informou o The Guardian.
Também estão listados dois números pertencentes a mulheres próximas do jornalista saudita Jamal Khashoggi, morto por um esquadrão saudita em 2018. Também inclui o número de um jornalista independente mexicano que foi assassinado posteriormente em um lava-jato. Seu telefone nunca foi encontrado e não está claro se ele foi hackeado.
Segundo o Washington Post, os números da lista não aparecem com identificação, mas os veículos de comunicação que participam do projeto conseguiram identificar mais de mil pessoas de mais de 50 países, entre elas membros de famílias reais árabes, 65 executivos de empresas, 85 ativistas de direitos humanos, 189 jornalistas e mais de 600 políticos e funcionários públicos, incluindo chefes de Estado e de governo e ministros.
O Pegasus é uma ferramenta extremamente invasiva, que pode ligar a câmera e o microfone do celular, bem como acessar dados do dispositivo, convertendo-o em um espião de bolso. Em alguns casos, ele pode ser instalado sem a necessidade de enganar o usuário para que ele realize um download.
“Gostaríamos de enfatizar que o NSO vende suas tecnologias apenas para agências policiais e de inteligência de determinados governos, com o único propósito de salvar vidas, mediante a prevenção de crimes e atos terroristas”, observou o grupo.
Fundado em 2010 pelos israelenses Shalev Hulio e Omri Lavie, o NSO está sediado no centro de alta tecnologia israelense de Herzliya, perto de Tel Aviv, e emprega centenas de pessoas em Israel e ao redor do mundo.
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