Segundo o principal hospital de emergências da cidade, 'há entre 13 e 20 mortos' nas explosões de Cabul.AFP
Um jornalista da AFP viu uma nuvem de fumaça subindo ao céu de um local próximo ao aeroporto.
O Talibã condenou as explosões em uma área que, segundo o grupo, está sob controle militar dos Estados Unidos. "O Emirado Islâmico condena veementemente o atentado contra civis no aeroporto de Cabul", disse um comunicado divulgado pelo porta-voz do grupo no Twitter.
"A explosão ocorreu em uma área onde as forças dos Estados Unidos são responsáveis pela segurança", acrescentou.
O porta-voz do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, John Kirby, tuitou que "podemos confirmar que a explosão no Portão ('Gate') Abbey foi consequência de um ataque complexo que resultou em várias vítimas civis e americanas. Também podemos confirmar pelo menos outra explosão em, ou perto, do Hotel Baron, a pouca distância do Portão Abbey".
O Portão Abbey é um dos três pontos de acesso ao aeroporto internacional Hamid Karzai, onde milhares de afegãos se aglomeram nos últimos dias buscando fugir dos islâmicos radicais.
O Departamento de Estado dos EUA também informou disparos. "Quem estiver no Abbey Gate, East Gate ou North Gate, devem ir embora agora, imediatamente", alertou.
A Casa Branca informou que o presidente Joe Biden está sendo atualizado sobre o atentado ao aeroporto de Cabul, em meio a uma grande operação de retirada de pessoas após a tomada do poder por parte dos talibãs. "O presidente foi informado e está no 'Situation Room'", como é chamada a "sala de crise" da Casa Branca, disse à AFP um funcionário que pediu o anonimato.
O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, declarou que as forças aliadas precisam continuar a retirada de pessoas.
Reunião de crise
"Enquanto falamos, temos 20 ônibus de cidadãos com dupla cidadania e afegãos que queremos poder repatriar (...) São vários centenas de pessoas que continuam em perigo", afirmou Macron em entrevista coletiva durante visita à Irlanda.
"Vários destes ônibus fazem fila do lado de fora do aeroporto", explicou Macron, acrescentando, porém, "não poder garantir que possamos realizar estas operações, porque a situação de segurança não está sob nosso controle".
Macron disse ainda que o embaixador francês no Afeganistão, David Martinon, voltará para Paris nos próximos dias.
"Dada a situação de segurança, o embaixador francês não permanecerá no Afeganistão no momento", afirmou. "Continuará sendo embaixador", mas "vai operar de Paris", completou.
Em relação às retiradas, o presidente disse que a França fará "todo o possível para que todas as pessoas que podemos atender, mas que não chegaram ao aeroporto militar possam ter acesso a ele e depois serem retiradas para os Emirados Árabes Unidos e para a França".
Além disso, "vamos construir, junto com nossos aliados, as formas e os meios, depois de 31 de agosto, para realizar operações humanitárias que, necessariamente, terão uma natureza diferente", acrescentou, referindo-se a todos os afegãos ameaçados "pelos combates".
Já o premiê britânico, Boris Johnson, convocou agora à tarde uma reunião interministerial de crise, após as deflagrações em Cabul, onde o Exército britânico também está envolvido nas operações de retirada, informou Downing Street.
De acordo com o porta-voz do governo, "o premiê foi informado da situação no aeroporto de Cabul e vai presidir uma reunião COBR (de crise) mais tarde hoje".
No Twitter, o Ministério da Defesa informou que "ne nenhuma vítima do Exército, ou do governo britânico, foi registrada".
"As forças britânicas trabalham em estreita colaboração com nossos parceiros para garantir a segurança e (dar) assistência médica", completou o Ministério.
A chanceler alemã Angela Merkel denunciou o atentado "absolutamente desprezível" no aeroporto de Cabul. "Os eventos desta tarde mostram que o risco é imenso e que é uma situação muito, muito tensa para retirar as pessoas do país", acrescentou Merkel antes de um discurso em Berlim.
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