Avião militar ucraniano caiu perto de Kiev, capital da Ucrânia, com 14 pessoas a bordo AFP PHOTO / UKRAINE EMERGENCY MINISTRY PRESS SERVICE / HANDOUT
Dois dias depois de reconhecer a independência dos territórios separatistas ucranianos na região de Donbas, o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou durante a madrugada a invasão do país vizinho.
"Tomei a decisão de uma operação militar", declarou Putin em um discurso. "Vamos nos esforçar para alcançar uma desmilitarizaração e uma desnazificação da Ucrânia", afirmou.
"A duração (da operação) será determinada por seus resultados e sua relevância. Isso será determinado pelo comandante-em-chefe", declarou, referindo-se ao presidente Putin.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, proclamou a lei marcial no país e pediu aos compatriotas que "não entrem em pânico", antes de anunciar o rompimento das relações diplomáticas com Moscou.
Por volta das 10h (7h de Brasília), seu gabinete informou que "mais de 40 militares ucranianos morreram, dezenas ficaram feridos" e "quase 10 civis morreram".
As autoridades da região de Odessa também indicaram que 18 pessoas morreram em um vilarejo bombardeado pela Rússia.
Por volta das 12h (9h de Brasília), a ofensiva parecia ter como alvo Kiev: as autoridades ucranianas disseram que as forças terrestres russas entraram nas proximidades da capital e que um avião militar ucraniano caiu na região com 14 pessoas a bordo.
"Acordei com o som de bombas, fiz as malas e fugi", contou à AFP Maria Kachkoska, de 29 anos, agachada em estado de choque no metrô.
Mesmo quando ainda era escuro, o trânsito era similar ao da hora do rush. Carros cheios de famílias corriam para fora da cidade, para o oeste ou para áreas rurais, longe da fronteira russa, a 400 km de distância.
"Combates estão em curso pelo aeroporto de Gostomel", localizado poucos quilômetros a noroeste de Kiev, anunciou o chefe das Forças Armadas ucranianas, Valery Zaloujny.
Segundo imagens publicadas nas redes sociais, esta infraestrutura foi atacada por vários helicópteros.
A situação também é "tensa" no sul do país, onde combates estão sendo travados pelas cidades de Genitchesk, Skadovsk e Chaplynka, na região de Kherson, perto da Crimeia, acrescentou Zaloujny.
O aeroporto de Gostomel, próximo ao aeroporto de Antonov, está localizado ao norte de Kiev e por enquanto é o local mais próximo da capital que as forças russas chegaram desde o início da invasão, nesta quinta-feira.
"Após os ataques aéreos das Forças Armadas russas, 74 instalações militares terrestres foram retiradas de serviço. Isso inclui 11 aeródromos da Força Aérea", disse o porta-voz do ministério da Defesa russo, o general Igor Konashenkov, na televisão.
Ele também anunciou a destruição de "três postos de comando, uma base naval ucraniana e 18 estações de radar dos sistemas de defesa antimísseis ucranianos S-300 e Buk-M1", bem como um "helicóptero de ataque" e "quatro drones Bayraktar TB-2" de fabricação turca.
Konachenko também disse que um caça russo Su-25 caiu "como resultado de um erro do piloto", que conseguiu se ejetar e está "seguro e em sua unidade militar".
Ele assegurou que o ministro da Defesa, Serguei Shoigu, ordenou que o Exército russo "trate com respeito" os soldados ucranianos.
Estas alegações não são possíveis de verificar de forma independente por enquanto.
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