Volodymyr Zelensky foi eleito presidente da Ucrânia com mais de 73% dos votos em 2019AFP

Kiev - O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, afirmou que o exército invasor russo prepara uma ofensiva final para tomar Kiev, a capital, durante a madrugada deste sábado.

"Não podemos perder a capital. Falo com nossos defensores, homens e mulheres em todas as frentes: hoje à noite, o inimigo vai usar todas as suas forças para romper nossas defesas da maneira mais vil, dura e desumana. vão tentar um ataque", declarou Zelensky em um vídeo postado no site da presidência ucraniana.

"Hoje foi um dia difícil, mas com coragem. Lutamos pelo nosso Estado em todas as frentes, no sul, leste, norte e em muitas cidades do nosso belo país", acrescentou.

O líder ucraniano informou que conversou durante o dia com vários líderes ocidentais, incluindo Joe Biden, Emmanuel Macron e Olaf Scholz.

"Expliquei a eles a resposta que os ucranianos ainda esperam diante dessa agressão. Aceitei mais ajuda e apoio. Uma ajuda significativa para nosso Estado", resumiu.

"Nosso principal objetivo é acabar com esse massacre. As perdas do inimigo foram muito importantes", assegurou.
Entenda o conflito

O conflito na Ucrânia pela Rússia teve início nesta quinta-feira, 24, após o presidente russo Vladimir Putin autorizar a entrada de tropas militares no país do leste europeu. A invasão culminou em ataques por ar, mar e terra, com diversas cidades bombardeadas, inclusive a capital Kiev, que já deixou mais de 130 mortos e mais de 300 feridos. Essa é a maior operação militar dentro de um país europeu desde a Segunda Guerra Mundial.

A ofensiva provocou clamor internacional, com reuniões de emergência previstas em vários países, e pronuncianmentos de diversos líderes espalhos pelo mundo condenando o ataque russo à Ucrânia. Em razão da invasão, países como Estados Unidos, Reino Unido e o bloco da União Europeia anunciaram sanções econômicas contra a Rússia.

A invasão ocorreu dois dias após o governo russo reconhecer a independência de dois territórios separatistas no leste da Ucrânia - as províncias de Donetsk e Luhansk. Com os ataques, Putin pretende alcançar uma desmilitarizaração e a eliminação dos "nazistas" , segundo o presidente russo.

Outros motivos de Putin pela invasão na Ucrânia se dão pela aproximação do país com o Ocidente, com a possibilidade do país do leste europeu fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan),
aliança militar internacional, e da União Europeia, além da ambiação de expandir o território ruso para aumentar o poder de influência na região.