Exército de Israel fecha escritórios de sete ONGs palestinas acusadas de 'terrorismo' pelo paísABBAS MOMANI / AFP
Exército de Israel fecha escritórios de sete ONGs palestinas acusadas de terrorismo
Operação aconteceu nesta quinta-feira na região da Cisjordânia
O exército israelense fez uma revista e decidiu fechar, nesta quinta-feira (18), os escritórios de sete ONGs palestinas localizadas na Cisjordânia que foram acusadas de "terrorismo" por Israel, segundo essas organizações e autoridades.
O governo de Israel havia anunciado, em outubro de 2021, que incluiria seis ONGs palestinas ligadas, em segundo lugar, à Frente Popular de Libertação da Palestina (FPLP), decisão criticada por organizações de direitos humanos.
Na manhã desta quinta-feira, o exército israelense realizou buscas e fechou os escritórios de sete ONGs em Ramallah, sede da Autoridade Palestina na Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel desde 1967.
Estas são as seis ONGs designadas "terroristas" em outubro de 2021 e a organização Health Work Committees, também vinculada - segundo Israel - à FPLP, um movimento marxista palestino com um braço armado, mas muito mais fraco que os grupos islâmicos Hamas ou Jihad Islâmica.
As organizações citadas negaram ter vínculos com a FPLP. No mês passado, nove países, incluindo França e Alemanha, anunciaram que queriam continuar "cooperando" com as seis organizações designadas em outubro, devido à falta de provas contra elas.
A associação Al Haq confirmou a intervenção das "forças de ocupação" israelenses, enquanto o exército israelense indicou que, durante a operação, "pedras e coquetéis molotov" foram lançados contra suas tropas, por isso "foram usados meios para dispersar a multidão".
Nas imagens capturadas pelas câmeras de segurança de algumas ONGs, soldados israelenses são vistos apreendendo equipamentos de informática em seus escritórios.
O alto funcionário da Autoridade Palestina, Hussein al-Sheikh, denunciou as medidas israelenses como uma "tentativa de silenciar a voz da verdade e da justiça".
Já o primeiro-ministro palestino, Mohamed Shtayyeh, visitou as instalações da Al Haq nesta quinta-feira para "condenar a invasão completamente injustificada de várias instituições palestinas", disse ele.
"Essas ONGs respeitam as leis palestinas [...]. As acusações israelenses sobre elas são infundadas. Nove países europeus também rejeitaram essas alegações e indicaram que continuarão a financiá-las", afirmou ele à AFP.
Neste sentido, a União Europeia assegurou que "continuará a apoiar as organizações da sociedade civil que têm um papel na promoção do direito internacional, dos direitos humanos e dos valores democráticos", disse nesta quinta-feira Nabila Massrali, porta-voz do chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.
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