Casal viaja pelo mundo antes que filhos percam a visão por conta de doença raraReprodução: redes sociais
A busca por memórias visuais começou em março de 2022 e deve ter duração de um ano. O primeiro destino foi Namíbia, no sudoeste da África. Até agora, eles já visitaram países como Zâmbia, Tanzânia, Turquia e Mongólia, local onde ficaram por mais de 30 dias. De lá, partiram no em 31 de agosto rumo às praias da Indonésia.
A família, de Montreal compartilha a jornada por meio das redes sociais com mais de 49 mil seguidores pela conta “Le monde plein leurs yeux” (O mundo enche seus olhos, em tradução livre). No Instagram, o casal explica que os planos eram começar a viagem ainda em 2020, mas tiveram de adiá-los por conta da pandemia.
Segundo a família, atualmente não há cura ou tratamento para retardar a progressão da doença e a deterioração da visão dos três filhos provavelmente acelerará na adolescência.
"Não há nada que você possa realmente fazer. Não sabemos o quão rápido isso vai acontecer, mas esperamos que eles fiquem completamente cegos na meia-idade", disse Edith na entrevista.
Eles também relatam que a filha mais velha, Mia, já compreende melhor o diagnóstico, mas para o mais novo, Laurent, eles ainda estão no processo de explicar a doença e suas consequências a longo prazo.
Depois que os filhos receberam o diagnóstico, o casal buscou uma especialista, que os orientou estimular a absorção de "memórias visuais" nas crianças. Foi aí que tiveram a ideia de fazer isso viajando pelo mundo.
"Pensei: não vou mostrar a ela um elefante em um livro, vou levá-la para ver um elefante de verdade e vou encher a memória visual dela com as melhores e mais belas imagens que puder", explicou a mãe.
No plano inicial de viagem, o planejamento era uma passagem pela Rússia e pela China. Porém, com a necessidade de esperar um tempo devido à pandemia, eles mudaram de ideia. Com a partida oficialmente em março deste ano para a Namíbia, decidiram completar o itinerário a medida que viajavam.
“Estamos focando em pontos turísticos. Também estamos focando muito na fauna e na flora. Vimos animais incríveis na África, mas também na Turquia e em outros lugares. Então, estamos realmente tentando fazê-los ver coisas que não teriam visto em casa e ter as experiências mais incríveis, conta o pai.
Os registros compartilhados nas redes sociais, geralmente feitos pela mãe, mostram que até agora o plano está funcionando.
As fotos e vídeos mostram as crianças escalando a superfície de enormes rochas da Namíbia, brincando no mar em piscinas de água doce na Tanzânia, aproveitando as piscinas em camadas da encosta da montanha na Turquia e em Gobi dormiram sob um céu estrelado sem as luzes da cidade.
Os sintomas geralmente começam na infância, levando ao comprometimento da visão durante o crescimento. Os primeiros sinais são a perda da visão periférica — nas laterais — e à noite.
“Ele sofre uma perda progressiva do campo visual, e tem muita dificuldade para enxergar em ambientes pouco iluminados. À medida em que a doença progride, o campo visual vai diminuindo até ficar como se a pessoa enxergasse através de um tubo”, disse.
Não existe cura para a doença, mas tratamento com programas de reabilitação da visão ajudam a diminuir ou retardar os impactos. Os pais de Mia, Colin e Laurent seguem com a esperança de que eventualmente seja encontrada uma solução para o problema.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.