Rússia deflagra maior ofensiva contra Ucrânia desde o início da guerra em fevereiroAFP

As potências do G7 realizam uma reunião de emergência nesta terça-feira, 11, para discutir a recente campanha de bombardeios russos na Ucrânia, ataques que provocaram indignação da comunidade internacional. Segundo um alerta da Organização das Nações Unidas (ONU), os ataques "poderiam ter violado" a lei da guerra.

A reunião virtual é realizada um dia após mísseis russos caíram em Kiev, que não era bombardeada desde o final de junho. As forças russas lançaram mais de 80 mísseis em cidades ucranianas na segunda-feira, 10, de acordo com Kiev. 

O presidente russo, Vladimir Putin, indicou que esses bombardeios "maciços" constituíram uma resposta ao ataque "terrorista" à ponte que liga o território russo à Crimeia (sul) e que, segundo o presidente, foi cometido por forças ucranianas. 
Nesta terça, os serviços de emergência ucranianos informaram que pelo menos 19 pessoas foram mortas e 105 ficaram feridas nos bombardeios.

O presidente ucraniano Volodimir Zelensky alertou Moscou que seu país "não pode ser intimidado" e seu ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, disse que os ataques mostram que a Rússia está "desesperada" após uma série de reveses militares. Já Putin alertou que se houver novos ataques, as respostas serão "severas".

Em uma sessão da Assembleia Geral da ONU, na segunda, para discutir a anexação de quatro regiões parcialmente ocupadas pela Rússia, o embaixador ucraniano Sergiy Kyslytsya chamou a Rússia de "Estado terrorista" e disse que sua própria família foi atacada durante os bombardeios.

"Infelizmente, é difícil pedir uma paz estável e saudável quando há uma ditadura instável e insana em seu bairro", disse o diplomata.

Logo após a onda de bombardeios, o presidente bielorrusso Alexander Lukashenko, um dos poucos aliados do Kremlin, acusou Kiev de preparar um ataque ao seu país, acrescentando que a Rússia e Belarus, portanto, mobilizaram uma força conjunta, sem especificar onde.

Mas, nesta terça-feira, seu ministro da Defesa, Viktor Khrenin, esclareceu que o papel dessas tropas será "puramente defensivo".

Zelensky participará da reunião do G7 para discutir os ataques russos. O gabinete da primeira-ministra britânica, Liz Truss, indicou que a líder vai insistir em "pedir aos seus pares que mantenham o rumo".

Por sua vez, o porta-voz do governo alemão, Steff Hebestreit, declarou na segunda-feira que o chefe de governo Olof Scholz conversou com Zelensky e garantiu "a solidariedade da Alemanha e dos demais países do G7".

Enquanto isso, o presidente dos EUA, Joe Biden, condenou duramente os ataques, dizendo que eles "demonstram a brutalidade" da "guerra ilegal" de Putin.

A Casa Branca disse que Biden conversou com Zelensky para oferecer um "sistema avançado de defesa aérea". Para o secretário-geral da ONU, António Guterres, os ataques são uma "escalada inaceitável da guerra".