Elon Musk vê a polêmica compra do Twitter sob risco após temor do governo americano de influência estrangeira na rede social Reprodução

Nova York - As ações do Twitter caíram cerca de 5% em Wall Street nesta sexta-feira, 21, após informações que podem complicar a compra da rede social por parte de Elon Musk. De acordo a agência "Bloomberg", o governo do presidente Joe Biden planeja submeter a oferta de aquisição de US$ 44 bilhões, cerca de R$ 228 bilhões, do fundador da Tesla a uma revisão de segurança nacional.
O governo americano está preocupado com a presença de investidores estrangeiros, incluindo o príncipe saudita Al-Walid bin Talal e o fundo soberano do Catar, no consórcio com o qual Musk obteve mais de US$ 7 bilhões, cerca de R$ 36 bilhões, em maio para financiar sua operação.
A "Bloomberg" indica que esta análise de segurança nacional poderia ser dirigida pelo Comitê de Investimentos Estrangeiros nos Estados Unidos (CFIUS, na sigla em inglês), presidido pelo Departamento do Tesouro.
"De acordo com a lei e suas práticas, o CFIUS não comenta publicamente as transações que pode ou não examinar", disse um porta-voz do Tesouro à AFP.
Na quinta-feira, o jornal "The Washington Post" revelou que Musk planeja demitir quase 75% dos 7.500 funcionários do Twitter, se conseguir comprar a plataforma.
"Há muito tempo o Twitter deveria enfrentar cortes de custos, devido à falta de crescimento", disse Dan Ives, da Wedbush.
Mas, para o analista, demitir três quartos da força de trabalho seria "muito agressivo" e prejudicaria a empresa. O Twitter também foi atingido pelos resultados da rede social Snapchat publicados na quinta-feira para seu terceiro trimestre.
A plataforma teve a menor receita por usuário desde o início de 2021, um sinal das dificuldades das empresas de tecnologia em gerar receita publicitária. A Snap, empresa matriz do Snapchat, caiu quase mais de 30% às 12h25 (horário de Brasília) em Wall Street.