'Jovem mulher foi morta em aos 20 anos em ódio à fé', afirmou Papa FranciscoAlberto Pizzoli/ AFP

Vaticano - O Papa Francisco comentou, neste domingo (11), a beatificação da brasileira Isabel Cristina, enquanto discursava aos fiéis no Vaticano após a tradicional oração do Angelus. Ao falar sobre a jovem, o pontífice ressaltou o “valor da castidade” e pediu aplausos à mineira, que foi declarada beata em cerimônia no sábado (10).
“Ontem, em Barbacena, foi beatificada Isabel Cristina Mrad Campos. Esta jovem mulher foi morta em 1982 aos 20 anos de idade, em ódio à fé, por ter defendido sua dignidade como mulher e o valor da castidade”, afirmou Francisco.
“Que seu exemplo heroico inspire especialmente os jovens a darem testemunho generoso de sua fé e de sua adesão ao Evangelho. Um aplauso à nova Beata!”, declarou o pontífice.
A cerimônia de proclamação da beata reuniu cerca de 10 mil fiéis no Parque de Exposições de Barbacena e foi presidida por Dom Raymundo Damasceno Assis, Arcebispo Emérito de Aparecida (SP). Na ocasião, o cardeal leu o ato escrito pelo Papa Francisco.
“Através de nossa autoridade apostólica evidenciamos que a venerável serva de Deus Isabel Cristina, fiel leiga, mártir, alegre testemunha da caridade evangeliza pelos enfermos por amor de Cristo até a efusão do sangue defendeu sua virgindade e dignidade seja invocada de agora em diante com o nome de Beata Isabel Cristina e possa ser celebrada no dia 1º de setembro, dia em que ela nasceu para o céu”, diz um trecho do texto.
Conheça Isabel Cristina
Isabel Cristina Mrad Campos nasceu em Barbacena, Minas Gerais, no dia 29 de julho de 1962. Ela foi brutalmente assassinada em 1º de setembro de 1982, aos 20 anos, por um homem que foi montar um guarda-roupa em sua casa, na cidade de Juiz de Fora. Ela havia se mudado recentemente para lá com o objetivo de estudar em um curso pré-vestibular. 
O sonho da jovem, que queria ser médica e exercer a especialidade de pediatria, foi interrompido pelo homem que tentou violentá-la. Como resistiu, ela foi agredida com uma cadeirada na cabeça, amordaçada, amarrada e teve suas roupas rasgadas. Não satisfeito, ela ainda matou Isabel com 15 facadas.
O drama da mineira mobilizou milhares de fiéis, que entraram com o pedido de beatificação, aceito por Roma em 2001. Após outras etapas, em outubro de 2020, o Papa Francisco reconheceu o sofrimento da mártir, mas a pandemia de covid-19 havia atrapalhado a realização da cerimônia.