Ambulâncias cercadas de pessoas na entrada do Centro Médico de BeiruteANWAR AMRO / AFP

Uma série de explosões em pagers utilizados pelo grupo armado libanês Hezbollah deixou ao menos oito mortos e cerca de 2750 feridos no Líbano nesta terça-feira (17), segundo a Agência de Notícias Estatal do país. O ministro da saúde Firas Al-Abiad e o governo libanês acusaram formalmente Israel de ter coordenado a ação.
De acordo com testemunhas, os incidentes começaram por volta das 15h45 no horário local (9h45 em Brasília). Câmeras de segurança flagraram momentos das explosões, que duraram cerca de uma hora. Aproximadamente 200 pessoas estão internadas em estado crítico.
Um dos feridos foi o embaixador do Irã no Líbano, Mojtaba Amani, que apesar do machucado, está consciente e não ficou em estado grave.
O Hezbollah também atribuiu a culpa dos ataques a Israel e prometeu retaliações. "Este inimigo criminoso e traiçoeiro certamente receberá uma punição justa por este ataque pecaminoso", afirmou a organização por meio de nota, esclarecendo também que as máquinas pertenciam a "trabalhadores em várias unidades e instituições de grupos".
No entanto, um representante do agrupamento militar afirmou, sob condição de anonimato, à agência de notícias "Reuters" que a detonação dos dispositivos foi a "maior falha de segurança" deles até o momento em um ano de conflitos com o governo de Israel, que não se manifestou até o momento. Os autores oficiais dos ataques ou as circunstâncias que causaram as explosões dos pagers ainda não foram esclarecidas.
Pagers são um dispositivo de comunicação móvel que utilizam transmissões de rádio para enviar e receber mensagens. Eles foram popularizados no Brasil nos anos 1980 e 1990, antes do uso dos celulares. Por não terem rastreamento de localização, passaram ser utilizados pelo Hezbollah em detrimento aos smartphones, que poderiam ser localizados ou invadidos por tropas rivais.
O Hezbollah é uma organização muçulmana armada fundada em 1980 no Líbano. Ela foi criada com o objetivo de fazer oposição às forças armadas de Israel, que haviam ocupado o sul libanês. Nos últimos meses, conflitos entre o exército israelita e o grupo paramilitar são recorrentes nas fronteiras dos países.