A utilização de máscaras já é obrigatório para quem estiver nas ruas do Rio, Caxias e Niterói a partir de hoje. A iniciativa dos municípios determina o uso nos transportes públicos, estabelecimentos, praias e praças. Aqueles que desobedecerem a determinação poderão ser multados. Para quem ainda não providenciou sua proteção, a confecção caseira do item, com a orientação o Ministério da Saúde, pode ser uma opção. Veja ao lado como usar uma camiseta para se proteger.
Em coletiva, o prefeito Marcelo Crivella reforçou que "é importante dizer que as máscaras que estamos tornando o uso obrigatório são as comuns, feitas em casa". Aqueles que não estiverem fazendo uso do item de proteção poderão ser impedidos de usar o transporte público ou de entrar em estabelecimentos, além de estarem sujeitos à multa por opor a execução de medidas sanitárias, a preservação e a manutenção da saúde. Já a Prefeitura de Duque de Caxias está produzindo 15 mil máscaras para distribuição.Em Niterói, as distribuições já começaram e a prefeitura espera atingir a marca de um milhão de máscaras distribuídas.
As máscaras cirúrgicas estão escassas, por isso, a orientação é que elas cheguem primeiramente aos profissionais de saúde, que estão mais expostos. O Ministério da Saúde, então, deu algumas orientações sobre a produção caseira desses objetos. Na hora de confeccionar o material, é importante utilizar um dos tecidos recomendados: tecido de saco de aspirador, 'cotton', tecido de algodão ou fronhas de tecido antimicrobiano. O jeito mais simples de fazer a própria máscara é utilizando uma camiseta.
Para higienizar o acessório, a máscara deve ser deixada em uma solução de água potável com água sanitária (no proporção de 50 ml da primeira para cada 1 ml da segunda) por 30 minutos. Para usar novamente, o equipamento precisa estar totalmente seco e o mais indicado é passá-lo com um ferro quente. Ao apresentar sinais de desgaste, a máscara deve ser descartada e trocada por uma nova.
Especialista alerta: máscaras não dão proteção total
O uso de máscaras de proteção facial é importante para tentar frear a propagação do novo coronavírus na população, mas não dispensa outras medidas preventivas, alerta a biomédica e microbiologista Flávia Pellegrino, professora da Fundação Centro Universitário Estadual da Zona Oeste (Uezo)
"Segundo a OMS, usar máscaras sem adotar as medidas necessárias de prevenção e controle da covid-19 não é suficiente para garantir um nível adequado de proteção contra o novo coronavírus. É essencial higienizar as mãos com água e sabão ou com álcool em gel a 70%, cobrir o nariz e a boca com o cotovelo flexionado ao tossir ou espirrar e evitar aglomerações", disse a professora Flávia.
Até o presente momento, não há evidências científicas de que o uso obrigatório de máscaras garanta a interrupção da disseminação viral. "O novo coronavírus é um microrganismo extremamente pequeno, capaz de atravessar os poros das máscaras, exceto daquelas consideradas equipamentos de proteção respiratória profissionais", completou.
Ainda assim, o uso das máscaras continua sendo importante. "Como o vírus é transmitido por gotículas respiratórias eliminadas através da tosse, espirro ou fala, pode permanecer em partículas em suspensão e contaminar as superfícies; as máscaras funcionam, portanto, como uma barreira para conter essas gotículas reduzindo a transmissão do vírus de uma pessoa para outra".
Na Rocinha, distribuição já começou
Mais de duas mil máscaras foram distribuídas ontem na favela da Rocinha, no Rio, que foi escolhida por ter registrado 26 casos e três óbitos, tendo assim o maior número de registros da covid-19 entre as comunidades da cidade.
As máscaras artesanais foram doadas pelo Sesc-RJ, que espera doar mais de 20 mil unidades para moradores da comunidade, comerciantes de feiras livres e profissionais da saúde. As máscaras são feitas de TNT e tricoline, fornecidos pela empresa aos mais de 150 voluntários, que são artesãos participantes do Sesc Criativo e produzem em suas residências, no Rio e em mais 11 municípios do estado. O projeto oferece capacitação em técnicas artesanais e na gestão de pequenos empreendimentos dessa natureza.
Nas próximas semanas, a distribuição continuará na cidade com objetivo de alcançar os vendedores de feiras livres e os profissionais de saúde, que receberão o item de segurança pelo grau de exposição ao vírus e pelo caráter essencial de suas atividades.
