ZONA OESTE - CID PITOMBO - Mauricio BAZILIO
ZONA OESTE - CID PITOMBOMauricio BAZILIO
Por Gustavo Monteiro
Pesquisadores americanos e franceses conduziram dois dos mais relevantes estudos sobre o novo coronavírus, segundo os quais a obesidade é um dos principais fatores para que o paciente com covid-19 agrave e precise de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com uso de respirador.
No Brasil, onde mais da metade da população está acima do peso, e o Ministério da Saúde já identificou que este é o principal fator de risco para pessoas com menos de 60 anos infectadas pelo vírus. Mais de 50% dos que morreram, dentro desta faixa etária, eram obesos.
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O médico brasileiro Cid Pitombo, coordenador do Programa Estadual de Cirurgia Bariátrica do Rio de Janeiro, vem alertando as autoridades brasileiras desde fevereiro para o alto fator de risco que a obesidade apresenta para agravamento de casos de coronavírus.
"O obeso é um inflamado crônico. Minha tese de doutorado na Unicamp foi justamente sobre os efeitos dos agentes inflamatórios produzidos pela gordura, principalmente pela visceral, sobre a resistência insulínica e produção do diabetes, também sobre as doenças coronarianas e o fígado. Por isso, vírus de alto impacto no organismo são mais graves entre os obesos", destaca Pitombo, que tem uma clínica na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, e é o recordista de atendimento cirúrgico no SUS.
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Dr. Cid Pitombo se mantém conectado aos pacientes pelo WhatsApp - Mauricio BAZILIO
Fatores de risco
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O especialista afirma que os médicos têm procurado incansavelmente entender melhor a covid-19 e os motivos que levam o vírus a se manifestar mais severamente em alguns pacientes do que em outros. Já se constatou que a idade é um dos fatores mais importantes para decidir o risco de mortalidade. Mas, agora, agora a obesidade também entrou para o rol.
"Esses estudos que estão sendo feitos na França e nos Estados Unidos ajudam no planejamento hospitalar para o enfrentamento da covid-19 no Brasil. As unidades de saúde precisam passar a observar melhor o obeso e o obeso mórbido que apresentam sintomas, porque a chance de ele agravar, internar e precisar ser entubado é maior".
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Importante destacar, no entanto, que esse risco aumentado é para obesos não operados. "Aqueles que já passaram pela cirurgia bariátrica e estão no peso da meta não pertencem a este grupo de risco. Esses pacientes na sua maioria já resolveram as doenças associadas como diabetes e hipertensão", afirma Pitombo.