“É recomendável usá-lo apenas se você tiver alguém na frente ou muito próximo, e é importante lembrar de levantá-lo a cada 10 minutos para continuar se sentindo saudável [sic]”, continua a mensagem.
Herrera descartou que o uso de máscaras de proteção pudesse resultar nesta falta de oxigênio. “É impossível que gere hipóxia. Para isso teria que ser uma máscara selada em toda a nossa pele. O que as máscaras limitam é a passagem das moléculas maiores”.
O médico acrescentou que as máscaras permitem a troca de ar e que no espaço existente entre ela e o rosto não há acúmulo de dióxido de carbono, como afirmam as postagens virais.
O docente de Políticas de Saúde da Universidade Austral do Chile, Claudio Méndez, por sua vez, descartou que o uso de máscaras cause hipóxia, pois o material permite a troca de ar. No caso específico das máscaras de proteção utilizadas pelos profissionais da saúde, o uso do modelo “N95 não costuma ultrapassar as sete horas. No caso das máscaras cirúrgicas, são usadas por menos tempo. Ambas estão longe de causar hipóxia”.
Méndez detalhou os efeitos gerados pela hipóxia no corpo humano: “Pode levar a desmaios, desorientação, problemas de coordenação, alterar o ritmo cardíaco. Pode afetar severamente a fisiologia normal de um ser humano”.
A publicação viralizada também assegura que o uso de máscaras pelas pessoas que atendem o público por oito horas seguidas é “contraproducente” porque “estão se intoxicando sem saber”.
Sobre isso, o médico Méndez explicou que as equipes de saúde não devem usá-las por mais de sete horas, mas por outro motivo que não tem relação com a hipóxia: “A vida útil de uma máscara não é de mais de sete horas porque já esteve muito tempo exposta ao vírus e perdeu a sua eficácia”.
“Até o momento, as máscaras N95 - ou as simples - são feitas a fim de não alterarem as funções fisiológicas das pessoas”, acrescentou Méndez.
Troca a cada 10 minutos?
A respeito dessa afirmação, no âmbito da pandemia pelo novo coronavírus, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda, ao contrário, que as pessoas não fiquem tocando nas máscaras: “Se o fizer, higienize as mãos com um desinfetante à base de álcool, ou com água e sabão”.
A OMS não menciona que as máscaras possam provocar hipóxia. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos tampouco adverte que este seja um efeito colateral do uso prolongado das máscaras de proteção.
Em resumo, é falso que o uso das máscaras possa provocar hipóxia, ou falta de oxigênio. O seu uso prolongado, explicaram especialistas, deve ser evitado nos recintos de saúde pois após a exposição ao vírus perdem a sua eficácia, mas não pela falta de oxigênio causada.