Por bianca.lobianco
Alemanha - A polícia da Alemanha prossegue nesta quarta-feira com as buscas ao autor do atentado com um caminhão contra uma feira de Natal de Berlim, que provocou a morte de 12 pessoas e foi reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI).
O único suspeito, um paquistanês de 23 anos registrado como demandante de asilo, foi liberado na terça-feira à noite por falta de evidências contra ele, o que aumentou o alerta no país.
Caminhão atropelou várias pessoas e deixou nove mortosReprodução Internet

"Não podemos descartar que o autor esteja em fuga", disse ao canal ZDF o ministro do Interior, Thomas de Maiziere.

O chefe de polícia de Berlim, Klaus Kandt, anunciou um nível de alerta elevado e a ampliação das medidas de segurança.

"Estamos em um caso em que talvez tenhamos um criminoso perigoso na região e isto, obviamente, deixa as pessoas nervosas", disse Kandt.

Após a liberação do suspeito, Kandt afirmou ao canal ARD acreditar que "um ou mais" criminosos podem estar fugindo e que possivelmente estão armados.

Várias linhas de investigação

Na segunda-feira à noite, um caminhão com placa da Polônia avançou contra uma multidão em uma das feiras de Natal mais movimentadas de Berlim, arrastando todos os quiosques e visitantes que estavam em sua frente.

O balanço do atentado é de 12 mortos e 48 feridos, sendo que 24 permanecem hospitalizados e 14 deles se encontram em estado crítico.

Homem faz oração em memorial em homenagem aos mortos no ataque com caminhãoAFP

Seis mortos foram identificados como alemães, segundo a polícia, que prossegue com vários exames.

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O grupo extremista Estado Islâmico (EI) reivindicou a ação e afirmou que o autor cometeu o atentado "em resposta aos apelos para atacar os cidadãos dos países da coalizão internacional" que lucha contra o grupo.
A tragédia de Berlim lembra o atentado de Nice em 14 de julho, também reivindicado pelo EI. Na cidade francesa, um caminhão matou 86 pessoas ao avançar contra uma multidão que celebrava o Dia da Bastilha, feriado nacional.
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Até o momento não há evidências que provem que o autor tenha vínculos com o grupo e tampouco há um suspeito identificado.
De Maiziere disse que há várias linhas de investigação abertas, mas que "é necessário deixar que os serviços de segurança façam seu trabalho".

"Ninguém vai descansar até que o autor ou os autores sejam presos", completou ao canal público ARD.

Na cabine do caminhão foi encontrado o corpo de um cidadão polonês, assassinado com uma arma de fogo. As autoridades acreditam que era o motorista que trabalhava com o caminhão utilizado no ataque.

A chanceler Angela Merkel visitou na terça-feira o local do ataque e respeitou um minuto de silêncio.

O ataque aconteceu em um momento delicado para Merkel, que vai disputar um quarto mandato em 2017, mas que recebeu fortes críticas recentemente por sua decisão de abrir as fronteiras aos refugiados no ano passado.

A entrada de 890.000 refugiados polarizou o país e muitas vozes críticas da decisão da chanceler de receber os migrantes utilizaram como argumento os riscos para a segurança.

Após o ataque, os opositores denunciaram que a abertura de Merkel coloca o país em risco.

Marcus Pretzell do partido de direita Alternativa para Alemanha, que tem um discurso anti-imigração, afirmou que as vítimas de Berlim são "os mortos de Merkel".

De Maiziere respondeu e chamou as acusações de "odiosas", de acordo com o jornal Bild.