Por caio.belandi

Paraguai - A capital do Paraguai, Assunção, viveu momentos de grandes manifestações na noite desta sexta-feira, após a aprovação de um projeto de reeleição presidencial. Parte da população, revoltada, invadiu o edifício e ateou fogo em várias das instalações.

Os bombeiros conseguiram apagar as chamas do primeiro andar do prédio, onde fica a sala bicameral do parlamento e os escritórios dos parlamentares. Houve grande dano material e diversas vidraças foram destroçadas após os manifestantes jogarem pedras contra as paredes do edifício.

Manifestantes quebram as vidraças do Congresso do ParaguaiEfe

Nos arredores do Congresso, ocorreram vários enfrentamentos entre a população e a polícia. Alguns agentes ficaram feridos, de acordo com relatos.

Desfeito o distúrbio no Congresso, mais confusão. Um jovem morreu após ser baleado por policiais na sede do Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA), também na capital paraguaia. De acordo com o presidente da sigla, Efraín Alegre, o rapaz teria se refugiado no prédio durante os confrontos, mas a polícia invadiu "de forma bárbara" o edifício e disparou contra os manifestantes.

O rapaz chegou a ser levado para o hospital, mas não resistiu. Segundo Alegre, outras pessoas ficaram feridas no conflito.

Manifestantes ateia fogo no Congresso do ParaguaiEfe

Entenda o caso

?Os incidentes começaram depois que 25 senadores votaram a favor do projeto de emenda nas dependências da Frente Guasú, do ex-presidente Fernando Lugo, e sem a presença dos demais legisladores e do presidente do Senado, Roberto Acevedo.

Os protestos mais violentos tiveram início na tarde de sexta, na Praça de Armas, ao lado do Congresso paraguaio. Após, os manifestantes foram para as imediações do Panteão Nacional dos Heróis, também no centro histórico da capital paraguaia.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Velázquez, convocou a uma sessão para este sábado, onde será debatida a emenda, mas posteriormente desconvocou para evitar novos incidentes.

O partido de Lugo aprovou a emenda para que o ex-bispo possa concorrer nas eleições de 2018. O Partido Colorado, do atual presidente paraguaio Horácio Cartes, também será beneficiado, já que Cartes poderá concorrer novamente. Atualmente, a Constituição proíbe a reeleição presidencial.

Por outro lado, o Partido Liberal, o maior da oposição, e outras forças opositoras, alegam que a emenda é anticonstitucional como meio de facultar um segundo mandato presidencial. 

Com informações da EFE

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