Síria - O governador da província síria de Homs, Talal Barazi, afirmou que o ataque à base militar de Shayrat matou cinco pessoas - três militares, incluindo um general, e dois civis - e deixou sete pessoas feridas. A ação dos Estados Unidos na madrugada desta sexta-feira também destruiu 12 hangares e um depósito de combustível da base de Shayrat.
Este foi o primeiro movimento bélico da era Donald Trump e é considerada também a primeira ação militar contra o regime do presidente sírio Bashar al-Assad. A empreitada norte-americana ocorreu no início da noite nos Estados Unidos, quando começava a madrugada em muitos países europeus. Mesmo assim, a maior parte dos jornais da região conseguiu atualizar informações antes do fechamento.
Um grupo de opositores do presidente sírio saudou o ataque americano e disse que esse deve ser 'apenas o começo'. A Coalizão síria com sede na Turquia afirmou em um comunicado emitido nesta sexta-feira, que Trump "fechou uma página de impunidade" que o seu antecessor teria encorajado.
Vladimir Putin fala 'pretexto exagerado' dos EUA
?O presidente da Rússia, Vladimir Putin, acredita que o bombardeio é uma "agressão a um Estado soberano em violação da lei internacional". "O passo tomado por Washington causa dano significativo às relações entre Rússia e EUA, que já estavam num estado deplorável", afirmou o porta-voz de Putin, Dmitry Peskov. Ele disse, ainda, que Putin classificou os ataques como uma tentativa de desviar a atenção de mortes de civis no Iraque e que os EUA agiram sob um "pretexto exagerado".
"Principalmente, Putin acredita que essa ação não nos deixa mais próximos do objetivo final da luta contra o terrorismo internacional. Pelo contrário, causa um sério revés na criação de uma coalizão internacional e medidas efetivas contra esse mal global", disse Peskov.
Segundo o Kremlin, a morte de sírios na cidade de Kahn Sheikhoun na terça-feira foi resultado de ataques do exército do país a um arsenal químico mantido pelos rebeldes. Para Peskov, os EUA ignoraram incidentes passados em que rebeldes sírios utilizaram armas químicas. Ele também garantiu que o governo sírio destruiu seus estoques de armas químicas.
Acordo no espaço aéreo sírio suspenso
O governo russo indicou que está suspendendo o acordo que tinha com os EUA de coordenar ações militares na Síria para evitar qualquer tipo de choque entre aeronaves que estejam sobre o espaço aéreo do país em conflito.
O entendimento entre militares das duas potências seria para permitir que ambos pudessem lutar contra o terrorismo, sem que a aviação russa ou americana fossem afetadas por disparos. A cada operação contra grupos terroristas, americanos e russos trocavam informações sobre a trajetória de seus ataques, suas posições e seus alvos.
O temor era de que, sem essa coordenação, incidentes pudessem ocorrer, levando a uma escalada militar entre os dois governos que, no cenário sírio, tomam posições diferentes em relação ao presidente sírio, Bashar al-Assad.