Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, negou categoricamente nesta quinta-feira ter tentado interferir na investigação que o FBI está fazendo sobre a ingerência russa nas últimas eleições presidenciais.
Perguntado em uma entrevista coletiva que concedeu com o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, se tentou interromper essas investigações, Trump respondeu apenas com um seco "não" e pediu a próxima pergunta.
"Inclusive meus inimigos, disseram que não há conluio", disse Trump sobre o caso que investiga as ligações entre membros de sua campanha com o Kremlin para prejudicar a ex-secretária de Estado Hillary Clinton. Qualquer sugestão de uma possível conduta irregular em relação ao caso foi considerada por Trump como "totalmente ridícula".
O presidente disse respeitar a nomeação do promotor especial para supervisionar o caso, Robert Mueller, mas considerou que sua escolha divide o país. "É uma caça às bruxas que nos distrai de outras questões sobre as quais deveríamos estar trabalhando", afirmou.
Em um comunicado, o procurador-geral-adjunto, Rod Rosenstein, anunciou ontem a nomeação de Mueller para supervisionar a investigação sobre a ingerência Rússia nas eleições e os possíveis laços do Kremlin com a campanha de Trump.
"Minha decisão não é uma crença de que foram cometidos delitos ou que uma acusação está garantida. O que determinei é que, com base em circunstâncias únicas, o interesse público requer que coloquemos essa investigação sob a autoridade de uma pessoa que exerça uma certa independência da cadeia de comando", explicou.
O novo promotor especial comandou o FBI por 12 anos, durante as presidências de George W. Bush e Barack Obama. Mueller foi substituído no cargo em 2013 por James Comey, demitido por Trump na semana passada