Por thiago.antunes

Caracas - O banco americano Goldman Sachs defendeu nesta terça-feira, após as críticas recebidas por parte de lideres da oposição venezuelana, sua decisão de comprar US$ 2,8 bilhões em bônus do Banco Central da Venezuela. A informação é da agência EFE.

"Investimos em bônus da Petroleos de Venezuela (PDVSA) porque, como muitos outros neste setor, acreditamos que a situação nesse país deve melhorar com o tempo", afirmou o banco em nota. Um porta-voz do Goldman Sachs explicou que esses títulos, emitidos em 2014, foram comprados nos mercados secundários através de um corretor, em uma operação na qual não houve interação direta com o governo venezuelano.

Manifestação de oposição ao governo Maduro%2C realizada nesta terça-feiraEfe

"Reconhecemos que a situação é complexa e mutável e que a Venezuela está em crise. E concordamos que a vida (nesse país) tem que melhorar e, em parte, fizemos este investimento porque acreditamos que assim será", acrescenta a nota.

No fim de semana, o The Wall Street Journal publicou que o departamento de gestão de ativos do banco pagou 31 centavos de dólar, ou um total de US$ 865 milhões, pelos bônus emitidos pela estatal PDVSA em 2014 com vencimento em 2022. Com essa compra, que totaliza um valor facial dos bônus de U$ 2.8 bilhões, a Goldman Sachs agora possui a grande maioria dessa série de bônus originalmente emitidos pela PDVSA e que totalizam em torno de U$ 3 bi.

O investimento foi feito em meio a uma onda de protestos a favor e contra o governo de Nicolás Maduro, que em algumas ocasiões acabam em violência. Em quase dois meses, já foram contabilizadas 59 mortes ligadas às manifestações, segundo dados do Ministério Público.

60 dias de protesto

Estudantes universitários e opositores ao governo de Nicolás Maduro voltaram nesta terça às ruas para marchar até a sede do Ministério de Interior contra a "repressão" aos manifestantes e vítimas no 60° dia de agitação nas ruas. 

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