Colômbia - As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) disseram, nesta sexta-feira, que o inventário de bens que entregou à ONU totaliza cerca de US$ 326,6 milhões (R$ 1,2 bilhões) e advertiu sobre o que chamou de "intenção política" de atrapalhar a implementação do acordo de paz com o governo.
O chefe guerrilheiro Félix Antonio Muñoz Lascarro, conhecido como "Pastor Alape", leu, em uma entrevista coletiva, um comunicado do grupo, em vias de se reintegrar à vida em sociedade."As Farc continuam cumprindo de maneira estrita o estipulado", disse
"Pastor Alape" se referiu a uma carta enviada ao governo pelo procurador-geral da Colômbia, Néstor Humberto Martínez, na qual adverte que a lista de bens das Farc "se caracteriza pela indeterminação dos ativos". Ele criticou que as Farc tenham relacionado itens como vassouras, tapetes, xícaras, botas e até espremedores de laranja e tratamentos médicos, como cirurgias. "Isso nos leva a pensar que, nas palavras do procurador, existe na realidade uma intenção política de continuar entorpecendo a implementação dos acordos", especificou o dirigente das Farc.
Para a organização, o procurador-geral "falhou ao não realizar uma apresentação detalhada da informação", alertando que as Farc são "os menos interessados em descumprir os acordos".
Alabe pediu ainda que se evitasse "toda demagogia com as vítimas do conflito", ao mesmo tempo que reconheceu "com sinceridade" que o inventário entregue "apenas representa uma contribuição modesta à reparação material". O líder das Farc reiterou ainda que há manipulação nas acusações.