Saint Martin - Ao devastar as paisagens paradisíacas e a infraestrutura de Saint Martin, Irma destruiu o pilar de sua economia, o turismo, que terá que ser completamente reconstruído para proporcionar um futuro a seus habitantes. A alta temporada começa no fim de novembro e termina em abril. "Para a temporada turística que está chegando, está tudo perdido", desabafa Paco Benito, diretor do hotel Riu Palace, situado em Anse Marcel, ao norte da ilha franco-holandesa. "Vamos ter que reconstruir tudo", lamenta o empresário.
"É como se uma bomba tivesse caído em Saint Martin", afirma a diretora da Câmara de Comércio e Indústria de Saint Martin, Maggy Gumbs. "Imagine, encontramos carros e barcos nas montanhas, carregados pelo vento. Todos os hotéis, todos os restaurantes estão destruídos. Por isso, será uma temporada morta. Os turistas já começaram a cancelar as reservas", acrescenta Gumbs, lembrando que "o turismo é a única atividade econômica na ilha". Saint Martin recebeu 2,5 milhões de visitantes em 2014.
A população, no entanto, tem questões mais urgentes que a retomada do turismo. A escassez de água potável é a mais grave. "Tenho fome e sede", chora uma grávida ao receber uma garrafa e um pacote de amêndoas diante de um caminhão de mantimentos. Muitas pessoas comparecem ao local, esgotadas. Diante da fila, a Cruz Vermelha estabelece um cordão de segurança para conter a pressão da multidão.
No local, as pessoas ignoram o discurso do presidente francês, Emmanuel Macron, que chegou à ilha na terça-feira. Em seu pronunciamento, Macron estabeleceu como prioridade o restabelecimento da segurança, após os saques dos últimos dias.
"Não temos água, como vamos fazer? Não restou nada em casa", lamenta uma moradora. Enquanto fala, não consegue conter as lágrimas. Uma amiga a abraça: "Vai ficar tudo bem, vamos ajudar uns aos outros".