EUA - Com a ajuda de cães de resgate, bombeiros continuam realizando buscas na região vinícola onde ocorre os grandes incêndios, na Califórnia, ao sul dos Estados Unidos. De acordo com as autoridades, a conflagração, que até o momento matou 31 pessoas e deixou outras várias desaparecidas, é a maior tragédia do tipo em 84 anos, superando as 25 vítimas do desastre de Oakland, em 1991, e as 29 de Los Angeles, em 1933.
Segundo as autoridades, os ventos secos e velozes que atingem a região dificultam os esforços dos milhares de brigadistas que tentam conter os 21 focos de incêndio, que já se alastraram por cerca 68.800 hectares, afetando os condados de Nappa e Sonoma,
O xerife do condado de Sonoma, disse que até agora receberam 900 queixas de pessoas desaparecidas e que a metade já foi encontradas salvas. Espera-se que o restante que tenha conseguido comunicar-se pelo colapso nas redes e que estejam bem. Ele ressaltou que os corpos de resgate entraram em "fase de recuperação", porém, será um processo lento devido à atividade do fogo: "Encontramos cadáveres completamente intactos e encontramos corpos que não são mais do que cinzas e ossos", disse em uma entrevista coletiva.
Em meio às buscas, foi ordenada a evacuação de cidades dos condados de Sonoma e Napa, muito atingidas pelas chamas com milhares de casas destruídas. Os moradores de Calistoga, uma povoado-resort de 5.000 pessoas em Napa, e Geyserville, de 800 pessoas em Sonoma, precisaram sair de suas casas, buscando abrigo em outro lugar.
As evacuações em Santa Rosa, também em Sonoma, afetaram cerca de 175.000 pessoas. Bairros inteiros foram reduzidos a cinzas.
"Risco de novos incêndios"
O serviço nacional do clima previu que as condições climáticas críticas para um incêndio continuarão durante o final de semana, devido aos ventos de até 80 km/h que atingem a o local das chamas. Segundo o departamento de bombeiros da Califórnia, Cal Fire, essas condições aumentam o risco de novos incêndios.
Centenas de equipes de bombeiros de estados vizinhos e do resto do país foram à Califórnia para ajudar no combate ao fogo. O chefe do Cal Fire, Ken Pimlott, disse que a situação é "séria, crítica, um evento catastrófico", enquanto o governador Jerry Brown admitiu que este é um dos piores incêndios na história do estado.
Pimlott explicou ainda que os efeitos de uma seca de cinco anos serve como combustível para os incêndios: "Temos literalmente uma vegetação explosiva", afirmou.
Mais de 3.500 casas e comércios foram destruídos, incluindo vinícolas em Sonoma e Napa, centro da produção de vinho na Califórnia.
O presidente Donald Trump declarou estado de desastre maior na Califórnia, liberando fundos e recursos federais para enfrentar a situação, enquanto o governador Brown declarou estado de emergência em oito condados.
Entre as vinícolas mais prejudicadas estão William Hill Estate Winery em Napa, Signorello Vineyards, Stags' Leap e Chimney Rock.
Os incêndios florestais são comuns no oeste dos Estados Unidos durante a estação de seca nos meses mais quentes, mas neste ano estão entre os mais letais da história.
Com informações da AFP