Los Angeles - O escândalo de abuso sexual que sacode Hollywood aumentou nesta segunda-feira com o informe de que quase 40 mulheres acusaram o diretor de cinema americano James Toback de encontros sexuais não consentidos, ocorridos ao longo de várias décadas.
Motivadas pelas denúncias contra Harvey Weinstein, um dos maiores produtores de cinema, muitas vítimas decidiram revelar suas histórias.
A denúncia contra Toback é o resultado de uma longa investigação do jornal Los Angeles Times, na qual 31 de 38 atrizes se declararam abertamente contra o diretor e roteirista de 72 anos. O jornal informou na segunda-feira à noite que, depois da publicação da reportagem, quase 200 mulheres entraram em contato para revelar suas experiências com o diretor e outras ligaram para a polícia de Los Angeles e para a Promotoria de Nova York, onde o cineasta mora, para denunciar sua conduta.
Segundo a publicação, Toback estava acostumado a "vagar pelas ruas de Manhattan em busca de meninas atraentes", a quem oferecia uma carreira no mundo do cinema, aproveitando-se de suas conexões.
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Nas reuniões, acordadas como entrevistas ou audições, levava a conversa para temas desagradavelmente pessoais, com perguntas que iam desde masturbação até pelos pubianos, que terminavam com o cineasta se masturbando e ejaculando diante de muitas delas.
"Me senti como uma prostituta, uma absoluta decepção para mim, meus pais, meus amigos", relatou a atriz Adrienne LaValley sobre um encontro em 2008 com o diretor, que tentou esfregar sua perna entre as dela. Depois, segundo contou ao jornal, Toback se levantou e ejaculou em sua calça.
Louise Post, que hoje é guitarrista e vocalista da banda de rock independente Veruca Salt, contou ao jornal que na época em que conheceu Toback "ele me disse que nada lhe agradaria mais do que se masturbar enquanto olhava meus olhos"
Supostamente o diretor também pedia que as meninas ficassem nuas para testar a sua desenvoltura diante das câmeras. Nenhuma delas denunciou os encontros à Polícia.
Toback negou as acusações, assegurando ao Times que nunca conheceu as mulheres e que, se isto ocorreu, "foi por cinco minutos e não se lembrava". Ele é roteirista e diretor desde 1974. Seu filme mais recente, "The Private Life of a Modern Woman", que tem Sienna Miller como protagonista, estreou este ano no Festival de Veneza, e foi indicado ao Oscar por "Bugsy".