Washington - De acordo com uma artigo científico publicado na revista "Plos One", nesta quarta, uma equipe internacional de paleontólogos descobriu no sul da África pegadas fossilizadas de uma nova espécie de dinossauro carnívoro gigantesco, que viveu há duzentos milhões de anos. Os vestígios são as maiores já encontradas de um terópode no continente africano.
Segundo a publicação, a julgar pelo tamanho da pegada, cerca de 57 x 50 centímetros, acredita-se que o dinossauro deveria ter nove metros de comprimento por quase três metros de altura no nível do quadril. Este dinossauro tinha quatro vezes o tamanho de um leão, explicam os pesquisadores das universidades de Manchester, Cidade do Cabo e São Paulo.
A nova espécie, batizada de "Kayentapus ambrokholohali", pertence ao grupo dos mega-terópodes, gigantes bípedes como o Tiranossauro Rex (T. Rex), que viveu no continente americano e media cerca de doze metros.
As pegadas foram encontradas na antiga capa geológica em Lesoto, que tem cerca de 200 milhões de anos. Esta zona está coberta de fissuras ocasionadas pela seca no solo, sinal da presença de um rio pré-histórico.
É a primeira prova da presença de gigantescos terópodes carnívoros neste ecossistema, dominado por uma variedade de dinossauros herbívoros, onívoros e carnívoros de tamanho muito menor, explicaram os pesquisadores.
Esta descoberta também é importante porque revela que estes gigantescos dinossauros já estavam presentes no Jurássico Inferior. Até o momento, os paleontólogos acreditavam que os dinossauros deste tipo no período eram menores, com entre três e cinco metros de comprimento.
Terópodes gigantes como o T. Rex surgiram apenas no Cretáceo, que começou há 145 milhões de anos, segundo fósseis e pegadas encontrados.
"Esta descoberta é o primeiro indício da presença de gigantescos dinossauros carnívoros no Jurássico Inferior em Gondwana, o continente pré-histórico meridional que logo se dividiu para formar a África e outras massas de terra", assinala Lara Sciscio, pesquisadora da Universidade da Cidade do Cabo.
"Estas gigantescas pegadas são muito exclusivas. Só há outro lugar com 200 milhões de anos onde foram encontradas pegadas similares, e fica na Polônia".