Por marlos.mendes

China - O presidente dos EUA, Donald Trump, criticou nesta quinta-feira o relacionamento comercial "muito unilateral e injusto" entre seu país e a China, mas evitou atacar diretamente o presidente chinês, Xi Jinping, ao declarar que não culpa Pequim por tirar vantagem dos EUA.

Após o anúncio de acordos entre empresas americanas e chinesas, Trump disse que EUA e China "precisam lidar imediatamente com as práticas comerciais desleais que provocam" o déficit comercial americano com o gigante asiático, assim como com questões de acesso ao mercado, transferências forçadas de tecnologia e roubo de propriedade intelectual.

Donald Trump na China AFP

"Mas não culpo a China", disse Trump. "Afinal, quem pode culpar um país por conseguir tirar vantagem de outro país em benefício de seus cidadãos? Dou grande crédito à China", acrescentou.

Os comentários de Trump ocorreram durante o segundo dia de sua visita à China e após longas reuniões com Xi. O dia foi marcado pela assinatura de acordos entre EUA e China, no valor de mais de US$ 250 bilhões, para produtos que incluem jatos, autopeças, gás natural liquefeito (GNL) e carne bovina dos EUA.

Muitos dos contratos, no entanto, aparentemente representavam compras que fabricantes de celulares, companhias aéreas e outros clientes da China teriam feito de qualquer forma, independentemente da visita de Trump ao país.

Os acordos também incluíram um pacto de cooperação na área de óleo de xisto e um memorando de entendimento para desenvolvimento industrial.

Trump tem citado a redução do déficit comercial dos EUA com a China como uma prioridade de seu governo. Durante a campanha eleitoral, ele acusou a China de "estuprar nosso país" no que diz respeito ao comércio e prometeu minimizar os desequilíbrios comerciais entre as duas nações.

Entre janeiro e outubro, os EUA acumularam déficit de US$ 223 bilhões nas transações comerciais com a China.

Xi, por sua vez, prometeu um ambiente de negócios mais aberto para empresas estrangeiras na China e afirmou que Pequim se compromete a abrir ainda mais sua economia para o capital externo.

"A China não vai fechar suas portas" e as abrirá "ainda mais", disse o presidente chinês, garantindo que empresas estrangeiras, incluindo americanas, encontrarão um mercado "mais aberto, mais transparente e mais organizado".

Trump iniciou uma turnê pela Ásia no último domingo, começando pelo Japão e passando pela Coreia do Sul. Após encerrar a visita na China nesta sexta-feira, o presidente americano seguirá para Vietnã e Filipinas. 

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