Projeto de jardinagem: cultivando vidasDivulgação
A iniciativa visa garantir a manutenção, cuidado e o estudo de plantas, hortaliças, temperos e flores. Os cultivos promovem uma maior integração da comunidade entre si e com o espaço, além de proporcionar uma renda complementar para os que estão se voluntariando na plantação e no cuidado com o jardim.
“Nós focamos na construção de um trabalho coletivo de socialização, de resgate da cidadania, no estímulo dos valores sociais, da construção e resgate da valorização pessoal e da autoestima. Essa potencialidade do contato com a natureza proporciona relaxamento e um sentimento de liberdade e de utilidade, o que é muito importante. Além disso, também há um resgate também de memórias afetivas, tanto de mexer com a terra quanto também dos alimentos, da história, de ser criança, de andar descalço, do tipo de alimentação que essa pessoa consome, entre outras. Por fim, a questão do trabalho social é também uma interlocução com a vizinhança, proporcionando aos usuários a oportunidade de cultivar e vender um produto”, destaca Talita Jório.
Além do fortalecimento da comunidade, o trabalho de cultivo das plantas também auxilia na saúde da população de maneira individual. A Terapeuta Ocupacional fala como esse contato direto com a natureza possibilita desenvolver aspectos emocionais, sociais, físicos e cognitivos, por meio do reconhecimento das próprias potencialidades, que é alcançado pelo estímulo da independência e da autonomia, o que eleva a autoestima. O compromisso da comunidade com o projeto já tem sido percebido e tem gerado resultados.
“Esse senso de compromisso e de responsabilidade de saber que, se ele não vier e não cuidar daquela plantação, não regar, não colocar adubo, ela não vai prosperar. Então, todos eles participam para podermos estudar e pensar a melhor forma de cuidar desse espaço, de cuidar desses produtos, mas também construindo coletivamente. Inclusive, em conjunto com os usuários que participam da oficina, construímos uma cartilha com todas as formas de cuidado das plantas que já temos e, a cada plantação nova, cada aquisição nova, a ideia é que possamos acrescentar mais cartilhas de cuidado nesse portfólio”, ressalta Talita - que conta ainda sobre alguns depoimentos positivos que o projeto tem recebido, reforçando a sua importância:
“Os usuários relatam que eles se sentem úteis e importantes; sentem que aquele trabalho que ele está realizando é essencial para que a plantação sobreviva, para que floresça, para que dê frutos, para que as hortaliças fiquem bonitas, para que a gente consiga fazer vida e produzir vida. Além de destacarem a questão do espaço ser um ambiente livre, aberto e de produção de saúde diferente dos tradicionais, que normalmente são em locais cobertos”.
Algumas parcerias também foram estabelecidas, garantindo doações para colaborar com a manutenção do projeto. Viviani Costa, supervisora administrativa do CeCo destaca três delas: o “Projeto Vida no Campus”, da Faculdade de Psicologia da Universidade Federal Fluminense (UFF), o “Projeto Comunitário Viva Verde”, localizado na mesma região do CeCo, além da “Florália Sapê”, e evidencia que estão buscando mais parceiros.
O projeto no Centro de Convivência está aberto para toda comunidade e o espaço funciona de segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 17h, e aos sábados, das 8h às 14h, na Rua Carlos Maximiniano, nº 61, São Lourenço - Niterói.
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