Bloqueio do WhatsApp no Brasil ganha destaque internacional
Jornal francês ressaltou que houve quase nenhuma explicação sobre motivo da suspensão do app de maior uso no país
Por clarissa.sardenberg
Rio - O bloqueio do WhatsApp no Brasil provocou tanta polêmica que o assunto repercutiu na mídia internacional nesta quinta-feira. O jornal francês "Le Monde" destacou que a Justiça de São Paulo "deu pouca informação sobre as razões da decisão" e que apenas se sabe "que foi feita no âmbito de uma investigação criminal na qual o WhatsApp se recusou a cooperar".
WhatsApp foi bloqueado por 48 horas, a partir desta quinta-feira, em todo território nacional Reprodução
O aplicativo é o mais usado pelos brasileiros, atingindo 93% dos internautas no país. O britânico "The Guardian", ressaltou que dos mais de 900 milhões dos usuários ativos do app ao redor do mundo, 93 milhões estão no Brasil.
As constantes reclamações das empresas de telefonia foram lembradas pelo americano "Wall Street Journal", que publicou que há meses as empresas de comunicação reclamam que o recurso de voz do WhatsApp é ilegal. A edição norte-americana do site "Buzzfeed" destacou que o aplicativo foi bloqueado "apesar de quase todo mundo no Brasil usá-lo".
O WhatsApp foi suspenso em teritóro nacional a partir da meia-noite desta quinta-feira por determinação da 1ª Vara Criminal de São Bernardo do Campo, em São Paulo. A suspensão virou piada nas redes sociais, com memes ironizando a decisão da Justiça.
O criador do WhatsApp, Jan Koum, e o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, que comprou o aplicativo em 2014, criticaram duramente a decisão. Em seu perfil no Facebook, Koum classificou como “míope” a medida.
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Já Zuckerberg, que comprou por mais de 16 bilhões de dólares o WhatsApp, também não poupou a decisão da justiça brasileira e criticou a decisão. “Esse é um dia triste para o Brasil. Até hoje, o Brasil tem sido um aliado em criar uma Internet livre. Os brasileiros sempre estiveram entre os mais apaixonados em compartilhar as suas vozes online”, afirmou.
Ainda de acordo com Mark Zuckerberg, o Facebook está trabalhando duro para reverter a decisão da justiça e lembrou que o Facebook Messenger continua no ar – talvez para tentar evitar a migração de usuários para os rivais Telegram e Viber.
