Por thiago.antunes

Rio - Tablets, câmera, ação! Alunos da Escola municipal Marechal Espiridião Rosas foram nesta quarta-feira ao Cemitério da Penitência, no Caju, para uma visita guiada pelo historiador Milton Teixeira. O evento tratou dos tempos do Império no Rio e a fundação da necrópole, e foi filmado e fotografado pelos modernos dispositivos eletrônicos de alguns dos 36 alunos. O cemitério, que é um dos quatro mais antigos da cidade, construído em 1875, recebeu só ontem a primeira visita de uma escola.

Com aparelhos a postos, estudantes do 5º ano escutaram (e registraram) as falas do historiador sobre as capelas das primeiras famílias sepultadas, curiosidades sobre arte sacra e fofocas históricas da época da fundação. A proposta era que as crianças tivessem contato com a riqueza cultural escondida atrás dos muros e das superstições que cercam o espaço sepulcral do Caju, segundo a diretora do colégio, Cristina Brandão.

Alunos da rede pública fazem visita guiada pelo historiador Milton Teixeira ao Cemitério da PenitênciaDivulgação

“Queríamos que elas ganhassem a consciência de que esse é um patrimônio histórico do bairro, e aproveitamos para trabalhar as questões da perda e da morte, que são assuntos difíceis”, diz. Apesar de antigo, o espaço é desconhecido de grande parte dos cariocas. Milton Teixeira explica que até 2007 somente descendentes dos primeiros Irmãos da Penitência, adeptos da Ordem Terceira da Penitência de São Francisco de Assis — organização da Igreja Católica que veio para o Brasil junto com a corte portuguesa — podiam ser enterrados ali e, por isso, era pouco visitado pelo público em geral.

De acordo com o administrador do espaço, Alberto Brenner, recentemente, o Cemitério da Penitência vinha despertando a curiosidade de argentinos, ingleses e franceses para a prática do turismo cemiterial, ainda impopular no Brasil. “Na Europa e em outros países, pessoas entendem que esses locais revelam muito sobre o passado das cidades”, afirma. “Achei tudo legal, principalmente os túmulos e a perfeição das estátuas. Gosto de perguntar o que não sei, até que eu entenda tudo”, disse Nicolas Brenno, 10.

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